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Pintura de Pedro Américo passa por restauro

Um dos itens mais admirados do acervo do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), a pintura “Independência ou Morte” está passando por um processo de restauro. As intervenções incluem a tela e a moldura, que é integralmente entalhada e folheada a ouro.
O quadro de Pedro Américo tem 32 metros de área e ocupa um lugar de destaque no Salão Nobre. Ele já havia sido restaurada em 1968, passou por limpeza e envernizamento em 1972 e, em 1986, teve refrescamento da pintura com a utilização de solventes.
O prazo de conclusão da obra é de 12 meses e envolve a instalação do canteiro, testes de materiais e a execução das intervenções e a desmontagem da estrutura de trabalho. “É um quadro excepcional em tudo: as grandes dimensões, o tema histórico representado, o fato de ter sido encomendado e projetado para o edifício que lhe dá um local especial e, sobretudo, por ser a pintura mais conhecida do país, exposta no museu mais popular da cidade de São Paulo”, destaca Yara Petrella, conservadora e restauradora do Museu Paulista, responsável pela coordenação do projeto.
Ela acrescenta que, pelo fato de o suporte da pintura estar em bom estado, a opção de fazer o restauro no local em que a obra se encontra garante que os riscos sejam minimizados e a estrutura permaneça em perfeito ajuste. As intervenções estão sendo realizadas com aportes científicos, critérios e procedimentos técnicos em sintonia com o que de melhor se faz no mundo. No primeiro momento, serão feitas avaliação dos resultados das análises científicas, identificação dos materiais originais e os inseridos nas intervenções anteriores. Após a identifcação dos danos, testes de solventes e géis para a extração de vernizes, retoques e nivelações, passa-se à extração das nivelações, retoque e vernizes, com o devido nivelamento de lacunas e preparação para retoques. O trabalho é finalizado com o rebaixamento e fixação da camada pictórica onde houver necessidade e a aplicação de verniz de acabamento para a homogeinação de toda a área. O objetivo é conseguir um acabamento que se assemelhe o mais possível ao original.
Ícone do acervo do Museu Paulista da USP, também conhecido como Museu do Ipiranga, a pintura “Independência ou Morte” está em exposição permanente desde a inauguração do edifício-monumento, em 1895. Ela é fruto de encomenda para ser fixada em um espaço de destaque do Salão Nobre da instituição. Uma troca de cartas, em 1887, entre Pedro Américo, que à época vivia em Florença, na Itália, e Tommaso Bezzi, engenheiro arquiteto que projetou o prédio histórico, revela o processo de criação da obra e a promessa de que no ano seguinte ela estaria em São Paulo.
A administração do Parque Independência informa que a partir de sexta-feira (8) a entrada dos visitantes será pelo portão localizado entre o Posto do Corpo de Bombeiros e o Museu de Zoologia. Há também um novo acesso ao bosque na rua Padre Marquetti. A interligação do parque com os Jardins Franceses está interditada por tempo indeterminado, por conta das obras de restauro e ampliação do Museu Paulista da USP. O acesso à área dos jardins permanece nas ruas Xavier de Almeida e dos Patriotas.

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