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Vendedores ambulantes tomam conta das ruas

Diante de tantas barracas, tendas e toldos, o que sobra da calçada do Ipiranga para o pedestre andar é um corredor estreito e cheio obstáculos. Além de incomodo a ocupação, em muitos casos, é ilegal e, segundo comerciantes da região, a fiscalização faz “vistas grossas”. Uma das vias em que o transtorno é grande é a rua Greenfeld, que dá acesso as ruas Silva Bueno e Bom Pastor, além de contar com duas saídas da estação do Metrô Sacomã.
As marcas no asfalto são das bancas onde os produtos ficam expostos, na rua mesmo, e ocupando vagas de estacionamento, que são Zona Azul. Na calçada é possível encontrar barraca de pastel, carro de churros, suco de laranja e até mesmo meias e fones de ouvido. Um verdadeiro comércio informal que funciona as vistas grossas da fiscalização. A falta de uma fiscalização rotineira no bairro faz com que os camelôs ocupem lugares estratégicos como a saída do metrô, bancos, lojas e calçadas públicas para vender os mais variados produtos. Em áreas bastante movimentadas eles vendem todo tipo de mercadoria: comida, roupas, calçados, bolsas, capas de celulares, carregadores de aparelhos eletrônicos, relógios, DVDs, entre outros.
Na rua Silva Bueno, por exemplo, esquina com a rua 2 de Julho, onde antes era um posto de gasolina desativado, foi instalado um container, que acabou sendo transformado em loja de roupas.
Quem não está gostando nem um pouco deste comércio informal são os comerciantes formalizados. Eles estão bastante incomodados com a presença dos ambulantes no Ipiranga. “Eles ocupam toda a calçada e os pedestres têm de passar pelo meio da rua. Além disso, a presença dos camelôs atrapalha o comércio local, que já tem encontrado dificuldades”, comentou o dono de um comércio próximo ao terminal.Outro, que tem uma loja de esportes na Silva Bueno e outra loja na rua Greenfeld, diz que “a conivência da fiscalização é gritante. Já vi fiscal comendo pastel numa barraca armada na calçada”, diz, acrescentando que, inclusive, muitas barracas tem mesas e cadeiras na via pública. “A falta de um subprefeito comprometido com o bairro, acabou transformando o Ipiranga numa terra de ninguém”, diz o comerciante do ramo de material esportivo. “É uma pena. Na época do Dissei isso não acontecia”, afirmou, (Domingos Dissei foi administrador regional do Ipiranga, vereador e atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Município).
A comerciante Irene Martins disse que não condena o trabalho destes vendedores, mas desde que eles tivessem um local apropriado pra montar suas barracas e não ficassem em frente ao comércio, porque isso prejudica as vendas. “A Prefeitura tinha que fiscalizar melhor isso e criar algum projeto pra organizar a atividade destes ambulantes”, sugeriu.
O jornal Ipiranga News procurou a Prefeitura Regional do Ipiranga questionando a situação que tanto incomoda os comerciantes do bairro e a resposta foi de que “as equipes de apoio à fiscalização percorrem todos os dias a área sob administração desta subprefeitura passando periodicamente pelo trecho apontado e recolhendo material do comércio irregular. Já os trailers possuem Termos de Permissão de Uso (TPU) para comida de rua, em locais previamente autorizados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e estão ocupando o espaço conforme a legislação em vigor sobre o tema”. Já o container da rua 2 de Julho, a pasta informa que “se trata de um container em um espaço particular e não na rua. Mas, de qualquer forma precisa ser regularizada na subprefeitura para ter a permissão de funcionamento. E que o caso será analisado pela equipe de fiscalização”, completa a nota.

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