No feriadão, fique em casa

Apesar da pandemia do novo coronavírus, mais de 200 mil veículos desceram a Serra do Mar em direção ao litoral paulista entre sexta-feira (28) e domingo (30) e as praias da região ficaram lotadas durante o fim de semana. A situação colocou as autoridades em alerta, principalmente em relação ao feriado prolongado de 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil.
Não à toa, prefeitos da Baixada Santista pediram o envio de policiais militares de outras regiões do Estado para apoiar o efetivo local e as guardas municipais em uma operação especial que será montada na orla das cidades da região durante o fim de semana prolongado com o objetivo de evitar aglomerações e evitar a proliferação do novo coronavírus.
Como parte da população parece não estar mais ciente dos riscos da pandemia, infelizmente prefeitos das cidades litorâneas terão de tomar medidas mais rigorosas para evitar que a situação se repita. A pandemia não acabou e as medidas de distanciamento social devem ser mantidas. Sem esquecer, é claro, das regras de higienização e a obrigatoriedade do uso de máscaras.
No Litoral Norte, em São Sebastião, por exemplo, estão sendo preparadas barreiras sanitárias nos limites com Bertioga e Caraguatatuba. Todos os veículos que não tenham placa da cidade serão parados e, se algum passageiro apresentar sintomas, será submetido ao teste para detectar o novo coronavírus imediatamente.
É bem verdade que a média de mortes por covid-19 vem caindo no País, mas os números ainda são altíssimos. Todos os dias, morrem mais de 800 pessoas no Brasil vítimas do novo coronavírus. Se todos os cuidados não forem redobrados, seremos vítimas de uma segunda onda da doença sem nem termos nos livrado completamente da primeira. Por isso, é inadmissível que pessoas se aglomerem, sem máscaras, de forma extremamente perigosa.
Nada justifica o relaxamento da população em relação à pandemia. É evidente que a saúde mental é importantíssima, mas não há motivos para sair de casa e comemorar. O Brasil ultrapassou a marca de 120 mil vidas perdidas para o novo coronavírus. São mais de 4 milhões de infectados. Todo brasileiro tem algum conhecido que contraiu o vírus ou, pior, que perdeu a vida. Já está mais do que provado que o coronavírus é agressivo e letal.
O governador João Doria (PSDB) já anunciou que o Estado de São Paulo continuará em quarentena até que se tenha uma vacina e toda a população seja imunizada. Ou seja, estamos apenas no início de uma longa caminhada e toda a população precisa respeitar as medidas de prevenção.
Por isso, em nada contribuiu falas como a do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”. Pior: a Secretaria Especial de Comunicação Social colocou em suas redes sociais uma peça publicitária com a frase do presidente.
Não custa lembrar ao presidente e seus apoiadores que a aplicação de vacinas no Brasil é obrigatória em crianças desde a década de 70. Quem não levar os filhos para a vacinação obrigatória corre o risco de ser multado ou até processado.