Central Única das Favelas inicia projeto para levar internet para comunidade

A Central Única das Favelas (Cufa) está distribuindo chips de celular com internet para mais de 2 mil mães e já começou a instalar 20 pontos de wi-fi na comunidade de Heliópolis. Ao todo serão distribuídos 500 mil chips com internet gratuita pelo período de 6 meses.
O isolamento social durante a pandemia de Covid-19 atingiu várias comunidades do estado e do país, em especial Heliópolis, a maior favela de São Paulo, com 200 mil moradores. A internet se tornou um serviço importante para crianças estudarem e os pais trabalharem e se divertirem.
O projeto pretende levar internet para 2 milhões de moradores em comunidades de todo o Brasil. Nessas comunidades, como Heliópolis, muitos alunos não conseguem ter bom acesso à internet atualmente para acompanharem as aulas. “O morador da favela não parou pela pandemia. Eles tiveram que se manter trabalhando então a Cufa pensou em maneiras de ajudar com os problemas além da pandemia. Começamos a notar os problemas das pequenas demandas, na favela as pessoas não tinham conexão. Para trabalhar, estudar e até se comunicar”, disse Celso Athayde, da Favela Holding e presidente da Cufa.
A ação teve início na quinta-feira (24). Uma fila enorme se formou no local de distribuição de chip de celular pela Cufa.”Eu tenho quatro filhas e 3 netos e todos os 3 estão estudando e precisam de
internet”, disse a aposentada Maria de Fátima, uma das mães que foi buscar o chip. “Sem internet, o estudo em casa é horrível”, explica ela. “Porque hoje, a internet vai e volta, é ruim”, diz.
A distribuição dos chips é um projeto da Cufa com apoio de mais de dez empresas. “A partir desse cadastro das 2 mil mães [em Heliópolis], elas vêm para a Cufa para poder receber esse cartão, esse chip e a partir de então elas já saem  falando no celular automaticamente.
Ela recebe durante 6 meses internet 24 horas, WhatsApp 24 horas, e ligação para o país inteiro durante 24 horas. Portanto, elas podem empreender, seus filhos podem usar para estudar e para
as mais diversas iniciativas e ações que elas desejam”, disse Celso Athayde.
Uma pesquisa realizada com 3.230 moradores, maiores de 16 anos, de 247 favelas do Brasil, aponta que 89% das famílias afirmaram que os filhos não estão estudando em casa como deveria pela
falta de internet. Desses, 46% dos estudantes afirmaram que não assistiram aulas durante a pandemia pela falta de conexão.