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Passeio pelas ruas do Ipiranga conta bastidores do bairro

Passeio pelas ruas do Ipiranga conta bastidores do bairro
Ponto de encontro para o passeio foi no Museu do Ipiranga

Quais outras memórias, além das relacionadas à Independência, podem ser desbravadas ao caminhar pelo Ipiranga? Qual a relação entre a região e a Independência? A Independência do Brasil realmente ocorreu no bairro? Por que os Jafet escolheram o Ipiranga para viver? Estas foram algumas questões que guiaram um passeio gratuito que aconteceu pelas ruas do Ipiranga no último sábado (8).

Realizado pelo Passeando Pelas Ruas, coletivo que atua desde 2014 e mergulha nas histórias e memórias de São Paulo, buscando trazer aos moradores da cidade, vivências e conhecimentos a respeito delas. O passeio contou com boa participação de pessoas de várias regiões de São Paulo e também munícipes do Ipiranga, os quais ficaram maravilhados ao poder enxergar sua história através de outros vieses.

Segundo Philippe Arthur dos Reis, membro do coletivo, a proposta do passeio foi pensar não apenas a comum ideia do bairro do Ipiranga como o “bairro da Independência”, tentando desconstruir um pouco da ideia do nascimento da nação Brasileira. “Até porque isso daí tem todo um processo de construção histórico de tentativa de afirmação de São Paulo no território nacional.

A análise de quais os grupos sociais que fizeram e ainda fazem parte da construção e constituição do Ipiranga, como por exemplo, os operários, a classe média e a elite, sobretudo dentro dos palacetes dos Jafet, explicaram um pouco mais sobre a história, o desenvolvimento, e o processo de afirmação do bairro como o espaço da Independência Brasileira.

“O que eu espero sempre é ver essa história “contra pelo”, não pela parte hegemônica, dominante, então, eu faço muitos passeios que eles promovem exatamente por isso. Porque eles trazem uma visão da história operária, das pessoas comuns e que saem um pouco dessa história construída que a gente foi ensinado, contou Elaine Masciarelli, de 51 anos, estudante de turismo.

“Não conheço muito o Ipiranga. Para mim era sempre o bairro do Museu e ligado à Independência, então por isso eu quero ver esse outro lado”, completou Masciarelli.

Maria Clara é filha de Elaine e acompanhou a mãe durante o passeio. “Eu gosto de acompanhar minha mãe nesses passeios de história para conhecer também esse outro lado. Eu acho que a gente vai crescendo com essa imagem que já é colocada na nossa cabeça de tais lugares, então é muito legal você sair e conhecer por outras pessoas, outros lugares, de vozes que estudaram e tem outra visão e podem agregar na nossa vida. Eu acho muito legal”, afirmou. Vestibulanda ela disse ainda que esses passeios/aula “agregam muito”.

Stella Legnaioli e seu companheiro irão se mudar para o Ipiranga em breve. Estão reformando a casa. Ela se inscreveu no passeio para conhecer a história do bairro. “Eu e meu companheiro compramos uma casa recentemente aqui e a gente não conhece muito o bairro, então e queria conhecer, andar pelas ruas e conhecer a história do bairro”, apontou.

A importância da família Jafet para o bairro como um todo, também foi dissertada durante o encontro, que percorreu pelo Museu do Ipiranga, Parque da Independência, Casa do Grito passando pela Praça Nami Jafet, antiga vila operária dos Jafet, palacetes, encerrando a ação no Sesc Ipiranga.

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