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Dois viadutos no Ipiranga correm o risco de desabar

O viaduto Gazeta do Ipiranga e Grande São Paulo correm o risco iminente de cair. Eles estão localizados na avenida Juntas Provisórias, no Ipiranga, e podem trazer sérios transtornos ao moradores do bairro, caso seja necessária a interdição de ambos.
O parecer foi dado pelo grupo técnico da Secretaria de Obras da Prefeitura de São Paulo, após vistoria para avaliar a situação das estruturas viárias na capital.
O resultado solicita uma perícia completa emergencial para identificar o risco de colapso. O relatório ainda alerta que o Gazeta do Ipiranga pode ocasionar danos de grandes proporções incluindo risco à vida. O viaduto recebeu esse nome em homenagem ao extinto jornal Gazeta do Ipiranga, que faliu depois de mais de 50 anos em circulação na região.
Os técnicos criaram um sistema de classificação para avaliar pontes e viadutos que apontou os viadutos com risco de queda. Os viadutos foram classificados com nota igual ou inferior a 2 pelo grupo técnico, o que além do risco iminente, aponta necessidade de contratação emergenciais de inspeções especiais. Há um prazo de até 4 meses, a partir da emissão da ordem de serviços, para que esses laudos fiquem prontos.
Os engenheiros fotografaram o tamanho do vão que se formou com o afastamento dos pilares que sustentam o viaduto e como as pistas estão apoiadas de maneira precária. É possível enfiar uma perna no buraco de um dos vãos.As margens do Rio Tamanduateí estão desmoronando e essa erosão avança em direção ao viaduto. O relatório indica ainda que a parte de cima da estrutura está escorregando para o lado e para fora dos pilares de sustentação. Além de uma série de infiltrações e trincas.
O aviso no relatório é claro: “A situação apresentada pela estrutura é grave principalmente devido aos aparelhos de apoios, que estão comprometidos por infiltração e deslocamentos afetando a integridade da estrutura”.
Outro trecho diz: “O eventual sinistro pode ocasionar danos de grandes proporções incluindo riscos à vida, sem contar com o severo prejuízo econômico e impacto social para o município de São Paulo e com repercussão nos municípios da Região Metropolitana”.
Já o Viaduto Grande São Paulo há uma grande rachadura na lateral, que dá para ver as ferragens e uma grande infiltração de água. Na calçada, uma cratera bem profunda, com muito lixo acumulado.
O viaduto foi atingido por um incêndio nos anos 2000 e do lado debaixo, onde o fogo se concentrou, o concreto ainda está se desmanchando. Segundo o Prefeito de São Paulo, Bruno Covas, a classificação das pontes em ‘risco iminentes de colapso’ decorre de um erro de redação. Segundo Covas, a expressão teria sido retificada em uma reunião posterior e substituída por ‘desconhecimento quanto ao risco iminente de colapso’.
No final do mês passado, o Tribunal de Contas do Município (TCM) atendeu um pedido da Prefeitura e flexibilizou as regras para a contratação emergencial de empresas para a vistoria de todas as 185 pontes e viadutos da cidade.
“Essa é a famosa tragédia anunciada”, disse um morador de rua que fica abrigado na parte de baixo do viaduto Gazeta do Ipiranga.

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