Cultura & Lazer

Soror e os mitos femininos

Sororidade, ou fraternidade entre mulheres, é um dos principais pilares que fundamenta a luta pela igualdade de gênero. Daí surge o título da montagem, SOROR, ou irmã, que coloca lado a lado as duas figuras femininas e polarizadas da gênese judaico-cristã: Eva, a oficial, e Lilith, a oculta. O espetáculo está em cartaz no Sesc Ipiranga até o dia 5 de maio.
Lilith, a primeira mulher do mundo segundo interpretações da gênese, criada do pó e da lama, se recusa a ser submissa ao companheiro Adão no Éden recém-inaugurado. Surpreso com a natureza imprevisível e rebelde da parceira e incapaz de lidar com sua autonomia, o primeiro homem chama pelo pai e ordena que ele providencie outra mulher. Deus, ares de alto executivo, surge em cena numa sequência de palestras estilo TEDx, nas quais discorre sobre cosmologia, física quântica e a possível integração das duas ciências. Refém de sua própria criação, como costumam ser os gênios, acata ao pedido do filho e fabrica Eva: bela, recatada, obediente, acolhedora. No entanto, da mesma maneira que Deus pretende encurtar a distância entre as leis físicas que regem o macro (cosmologia) e o micro (física quântica), Eva e Lilith se aproximam e aos poucos estabelecem inesperadas conexões morais, filosóficas e de humor. As duas mulheres se tornam companheiras, irmãs, parentes de sangue. O encontro desatrela seus eixos da figura masculina e juntas descobrem suas preferências, aptidões, vontades, estímulos. Para que o mundo dê conta de sua união, só resta criar novas regras. Lilith e Eva.
O Sesc Ipiranga fica na Rua Bom Pastor, 822. Sexta e Sábado às 21h | Domingo às 18h. Ingressos: R$ 30; R$ 15 (meia-entrada) e R$ 9 (credencial plena).

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