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Campeã de kickboxing busca patrocínio

As imagens de lutas assistidas desde a infância passeiam na cabeça de Raphaella Castro, uma campeã de 16 anos. Ela chegou a praticar karatê e capoeira, mas aos 13 anos, ao conhecer as oficinas de artes marciais do Balneário Cambuci, apaixonou-se pelo kickboxing. Inscreveu-se no curso e, após três anos de dedicação ao esporte, é campeã brasileira nas categorias é Light Contact e Point Fight, e vice na categoria Kick Light.
A conquista das três medalhas ocorreu no dia 21 de junho, quando Raphaella trocou socos e chutes com a campeã paulista, brasileira e pan-americana Larissa Rodrigues, do QG da Luta. Larissa era uma adversária mais experiente e, segundo Carlos Eduardo Choque, treinador de Raphaella, todos imaginavam que sua pupila não aguentaria dois segundos de luta. “Mas ela mostrou garra e resistiu a três rounds de dois minutos”, ele lembra. Raphaella passou agora à faixa azul, restando apenas a marrom para chegar à preta.
Uma campeã se forja com com seriedade, determinação e um treinador capacitado. As duas primeiras qualidades Raphaela tem. Treina cerca de duas horas diárias, de segunda a sexta-feira, no Balneário Cambuci, e no domingo faz um reforço, no Parque Independência. “Ela pode lutar em três categorias pela Federação Brasileira de Kickboxing: Light Contact, Point Fight e Kick Light”, anumera Choque. A terceira qualidade fica por conta do treinador, que é faixa preta em 3º DAN. Derivado do japonês, DAN é a denominação de cada um dos graus de maestria atribuídos a alguém. É identificado por um cinturão preto.
O sonho de Raphaella, agora, é disputar competições internacionais, como os Jogos Pan-Americanos e Sul-Americanos, entre outros. “Eu vou participar da Copa Brasil, em Maringá (PR), de 5 a 8 de setembro, com o objetivo de me classificar para o Sul-Americano”, adianta ela. “Se for campeã ou vice, conseguirei a vaga”, acrescenta. “Eu estou otimista, pois venho me preparando para essa competição”, avisa.
Uma sombra de tristeza surge nos olhos da campeã ao comentar sobre a falta de patrocínio. “A única coisa que complica é a falta de patrocínio, porque temos de tirar tudo do bolso”, ela argumenta. “Isso dificulta demais, pois sempre há algo novo pra comprar, ou uma viagem, inscrição em lutas e tudo mais”, calcula. Raphaella é uma jóia rara, nasceu e foi criada no bairro, e precisa do apoio de comerciantes e empresários da região. Os interessados em patrociná-la podem procurar o Balneário do Cambuci.
Raphaella é também uma garota estudiosa. Ela cursa o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Professor Roldão Lopes de Barros, na Vila Mariana, e as disciplinas com que mais se identifica são Biologia, Sociologia e Matemática. Pensa em fazer faculdade, mas está em dúvida entre Educação Física e Medicina Veterinária. Ela se define como “às vezes introvertida, em outras extrovertida, brincalhona e me considero até descolada” (risos). Sobre ídolos, diz: “Sempre admirei lutadores de MMA (Artes Marciais Mistas) e tenho admiração por Ronda Rousey”. Refere-se à atriz, dubladora e lutadora americana de MMA e judô.
Filha de um eletricista e uma zeladora de concodmínio, Antonio e Sueli, Raphaella é a caçula do clã. “Tenho dois irmãos e uma irmã, todos mais velhos”, conta. “Gosto de ficar em casa com a família e fora isso, minha vida é só treino”, revela. “Meus pais sempre fizeram de tudo pra me dar as coisas, porém já passamos por necessidades. Tive uma infância legal, passeava e brincava bastante com meu sobrinho, que é quatro anos mais velhos”, conclui.

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