Imperador aposta no talento do jovem carnavalesco Willian

O sonho de ser um carnavalesco conhecido e reconhecido é acalentado desde a adolescência por Willian Pereira, que assina o Carnaval 2020 da Escola de Samba Imperador do Ipiranga. Ele assistia pela televisão aos desfiles e brincava de carnavalesco. Fazia o esboço de um escola de samba em um caderno de desenho e, a cada novo trabalho, tentava aperfeiçoar os traços.
“Eu brincava e sonhava em assinar um Carnaval de verdade”, lembra Willian. “Fiz até a maquete de uma escola de samba, em que desenhei as fantasias de todos os figurantes e elaborei as alegorias”, diz Willian. Ele comprava bonecos e os fantasiava com papel crepom e fitas de cetim. As alegorias eram feitas com isopor: Willian esculpia as placas, dava a forma que o interessava e em seguida pintava e revestia as peças.
O sonho começou a virar realidade em 2018, quando o carnavalesco da Império da Casa Verde, Flávio Campello, o recrutou como assistente. “Eu conversei bastante com o Flávio, falei da vontade de ser carnavalesco e desenvolver o desfile de uma escola de samba e ele me ajudou a entrar na Nenê da Vila Matilde, onde desenvolvi, junto com o Felipe Diniz, o Carnaval 2019 da escola”, ele recorda. A Nenê ficou em terceiro lugar.
Terminado o desfile de 2019, ainda no sambódromo do Anhembi, Flávio apresentou o pupilo ao vice-presidente da Imperador, Rodrigo Souto. Eles conversaram rapidamente e o contrato foi assinado. Willian está dando formas ao enredo “Makeba, a saga da Rainha de Sabá e o trono dos dois mundos”. É a história de amor entre a Rainha de Sabá e o Rei Salomão, ocorrida há 800 anos antes de Cristo, no continente africano, mais exatamente na Etiópia.
As referências de Willian no mundo encantado do Carnaval são o amigo e padrinho Flávio Campello e Jorge Freitas. “Gosto muito também da Rosa Magalhães e do Paulo Barros, entre outros. São pessoas que admiro bastante, tanto pelo trabalho quanto pela forma de desenvolver os projetos”, avalia o carnavalesco, que tem 25 anos e é natural de São Paulo.
“O nosso Carnaval está rico no acabamento”, adianta Willian. “Estamos priorizando isso, para termos um bom desfile e para garantirmos as notas máximas, e assim, juntando com os outros quesitos, sermos campeões”, ele comenta. Willian é o mais jovem carnavalesco das escolas de samba paulistanas e, pelo talento e pela determinação com que encara o ofício, já é chamado no meio de “Menino de Ouro do Carnaval de São Paulo”.