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A família de arara-azul-de-lear aumentou na Fundação Zoológico

 

Nos dias 23 e 25 de dezembro de 2020, o Centro de Conservação da Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (CECFau), que pertence ao Zoológico, registrou o nascimento de duas araras da espécie Anodorhynchus leari, conhecida como arara-azul-de-lear.

Esta espécie de arara exclusivamente brasileira, ocorre no bioma Caatinga do estado da Bahia e encontra-se na categoria Em Perigo (EN) na lista nacional da fauna ameaçada de extinção e também na International Union for Conservation of Nature (IUCN), com população em natureza estimada em 1.700 indivíduos.

Após décadas dedicadas ao aprimoramento do manejo, somente em 2015 o Zoológico de São Paulo conseguiu alcançar o sucesso reprodutivo, registrando o primeiro nascimento de arara-azul-de-lear em instituição brasileira, permanecendo até então, como a única a reproduzir a espécie no país.

Este nascimento foi um marco para a conservação da espécie, dada à importância em se manter populações saudáveis sob cuidados humanos e viáveis para reintrodução na natureza, quando necessário. Ao todo, 23 araras já nasceram na Fundação Zoológico e destas, 9 são do casal reprodutor que vive no CECFau, a “Lindsay e o Francês”. Sem dúvida, uma grande conquista para a instituição e para a conservação da espécie!

O CECFau foi inaugurado em 19 de junho de 2015 e, desde então, vem concentrando esforços no aprimoramento de técnicas, especialmente no manejo reprodutivo, para colaborar com as ações de conservação de espécies brasileiras ameaçadas de extinção.

Algumas espécies da fauna nativa como a arara-azul-de-lear, o mico-leão-preto, o mico-leão-dourado, mico-leão-da-cara-dourada, sagui-da-serra-escuro e o tamanduá-bandeira (imagem abaixo), fazem parte das ações conservacionistas prioritárias desenvolvidas neste Centro. Mais recentemente, um raro anfíbio que nem bem foi descrito pela ciência e já corre o risco de desaparecer da natureza, também passou a integrar o plantel – a perereca-pintada (Nyctimantis pomba).

A espécie é endêmica a uma localidade no município de Cataguases (MG) e está Criticamente em Perigo de Extinção na lista nacional da fauna ameaçada. Sua ocorrência se restringe a um pequeno fragmento florestal de 1,36 km² inserido em área particular, ou seja, fora de uma Unidade de Conservação, o que gera uma enorme vulnerabilidade quanto à sobrevivência em um ambiente que sofre diversos impactos antrópicos.

Todas as ações desenvolvidas no CECFau convergem a um só propósito: estabelecer uma população geneticamente viável para contribuir, efetivamente, na conservação da biodiversidade.

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