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Terreno da Petrobras vai abrigar mais de 3 mil moradias populares

Moradores de Heliópolis compareceram em grande número ao ato de autorização das assinaturas dos contratos de concessão administrativa para as empresas vencedoras da primeira fase da PPP (Parceria Público-Privada) da Habitação Municipal. A cerimônia ocorreu no sábado (18), no Sacomã, e contou com as presenças do prefeito Bruno Covas e do governador João Doria, ambos do PSDB.
Covas e Doria assinaram os contratos das empresas vencedoras da licitação para a construção de 13.180 unidades habitacionais na cidade, em até seis anos, com investimento previsto de R$ 2,2 bilhões pela iniciativa privada e terrenos concedidos pelo município. As obras serão supervisionadas pela Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab-SP). O Governo do Estado de São Paulo participa da PPP por meio da Secretaria Estadual da Habitação e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU). Hoje, nós assinamos a primeira parceria público-privada do país”, exaltou Covas.
As 13.180 unidades habitacionais prometidas pelo prefeito e pelo governador serão distribuídas por seis lotes, em diferentes pontos da Capital. Os imóveis programados para a região de Heliópolis irão se concentrar no terreno pertencente à Petrobrás, na rua Resende Costa, 66. O lote tem 421 mil metros quadrados e, segundo o presidente da Ação Comunitária Nova Heliópolis, José Marcelo da Silva, vai abrigar pelo menos 3.500 apartamentos, além de área de comércio (fala-se em um shopping popular), área de lazer e equipamentos educativos. “São mais de 20 anos de luta, mas agora estamos realizando o sonho da casa própria”, ele lembrou.
Outro ponto de destaque da cerimônia foi o anúncio do convênio com o Governo do Estado, para que seja implementado aporte financeiro que irá compor as garantias do pagamento das contraprestações, além de recursos para o pagamento dos serviços dos concessionários. Em contrapartida, o Estado vai indicar parte das famílias que irão receber as moradias. Serão beneficiadas prioritariamente famílias dependentes do aluguel-social e que sejam procedentes de áreas de risco. Há ainda quase cinco mil famílias cadastradas nas diversas associações de moradores de Heliópolis.
Foi um sábado de festa, menos para o presidente do Núcleo Maio (Movimento das Associações Independentes Organizadas), João Eudes Pereira. Ele não é contra a construção das unidades habitacionais, mas à forma como o processo foi encaminhado. “Há coisas obscuras nessa PPP”, ele observou. “As pessoas que estão no comando não respondem os nossos questionamentos e não nos deixam fazer perguntas”, contou. “Uma coisa ainda não explicada é quem terá preferência na aquisição dos apartamentos, pois temos aqui 3.400 famílias que recebem aluguel-social e outras 2.000 que vivem em áreas de risco. Será que todas terão direito às unidades habitacionais?”, ele questionou. “Nunca houve uma reunião e os moradores de Heliópolis não foram ouvidos, pois a coisa chegou aqui pronta”, ele concluiu.

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6 Comentários

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