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Seleção na hora da renovação

O título da Copa América, conquistado pela seleção brasileira no domingo (7) após vitória sobre o Peru no Maracanã, dá tranquilidade para Tite continuar o seu trabalho até a Copa do Mundo de 2022. Depois da eliminação nas quartas de final do Mundial da Rússia, o treinador passou a ser muito pressionado e, por isso, foi bastante conservador na hora de escolher os convocados para a Copa América, confiando em vários atletas que estiveram na última Copa.
A questão é que derrotar rivais sul-americanos não serve mais de parâmetro para o Brasil. O foco tem de estar nas grandes seleções da Europa. Agora, com o título da Copa América garantido, é o momento de renovar a equipe e a garotada pede passagem.
O talento dos jogadores mais novos será imprescindível para o Brasil em 2022. Não custa lembrar que a seleção não ganha de um rival europeu em fase mata-mata de Copa desde 2002, quando foi campeã.
No meio da caminhada até o Catar, a seleção ainda tem mais uma Copa América, no próximo ano, mas o peso da cobrança por outro título será infinitamente menor em comparação com a edição encerrada ontem no Maracanã. Por isso, Tite não precisa ter medo de arriscar.
Fora de campo, a Copa América encerrou um ciclo de 12 anos no qual o Brasil sediou os principais eventos esportivos do mundo. Nesse período, o País recebeu Jogos Pan-Americanos (2007), Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíada (2016).
Todos os eventos foram realizados de maneira satisfatória, mas foram palcos de grandes escândalos de corrupção. Além de obras superfaturadas, na semana passada o ex-governador do Rio Sérgio Cabral revelou que pagou US$ 2 milhões em propina para dirigentes votarem no Rio na eleição que definiu a cidade-sede dos Jogos de 2016. Isso é uma vergonha para o povo brasileiro.
Com relação à Copa América, várias falhas foram apresentadas pelos organizadores da edição encerrada no último domingo. Na primeira fase, vários jogos foram disputados com as arquibancadas vazias. A qualidade dos gramados foi durante criticada por Messi, James Rodríguez, Luis Suárez e Tite. O técnico do Chile, Reinaldo Rueda, pediu que hotéis, centros de treinamento e campos tivessem “um padrão maior”. Já o zagueiro Thiago Silva afirmou que a competição deixou a desejar em vários aspectos, principalmente na organização para as equipes se deslocarem no trajeto entre as concentrações e os estádios.
São erros que ficam como lição. Vai demorar para o Brasil voltar a sediar um grande evento esportivo. Então, a torcida é de que o legado dessas competições melhore a qualidade de torneios nacionais, sobretudo no futebol, uma paixão nacional que movimenta bilhões.

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