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Óleo de cozinha vira sabão no Ipiranga e Aclimação


O Instituto Triângulo que coletou, em 2021, 1,7 milhão de litros de óleo de cozinha que se transformaram em 155 mil barras de sabão biodegradável e 1,5 milhão de litros de biodiesel. Parte do óleo vegetal foi recebido em 34 pontos de coleta em parques municipais. São Paulo foi a primeira cidade do mundo aceita pela Rede Mundial de Economia Circular, que objetiva criar oportunidades que beneficiam a sociedade e o meio ambiente a partir da eliminação dos resíduos e da poluição, do prolongamento da vida útil dos produtos e da regeneração dos ecossistemas naturais.
No Ipiranga a coleta é realizada no Parque Independência, bem como também na igreja Nossa Senhora das Dores, na rua Tabor. Já na Aclimação a coleta está sendo feita no Parque da Aclimação.
O resíduo de cozinha é um dos maiores poluentes da rede de esgoto, pois ao ser descartado na pia, pode causar entupimento dos encanamentos, atraindo ratos e baratas para o local. O material recolhido para reciclagem é transformado em sabão, que fica disponível gratuitamente para a população nos pontos voluntários de entrega.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o consumo no país está em torno de três bilhões de litros ao ano e a estimativa é que, de cada quatro litros consumidos, um seja descartada de forma incorreta, o que representa mais de 700 milhões de litros ao ano lançados no meio ambiente sem o devido cuidado e controle.
Um litro de óleo é capaz de contaminar até 25 mil litros de água. Em rios, lagos e mares, o óleo forma uma camada de gordura que impede a passagem da luz do sol, diminuindo o oxigênio e causando morte de peixes e da vegetação aquática.
Somente nos parques da cidade de São Paulo são coletados uma média mensal de 80 litros. Algumas pessoas realizam o descarte do óleo colocando-o dentro de sacos de lixo. Esta atitude também não é correta porque, à medida que entra em contato com o solo, o óleo impermeabiliza o terreno, impedindo que a água se infiltre. Isso piora em situações de enchentes, além de que o resíduo carregado pela chuva se acumula às margens dos rios.
O descarte correto do óleo de cozinha é feito por meio da garrafa pet. A reciclagem do produto é uma saída sustentável ao problema. Existem diversas finalidades para o óleo de cozinha usado. Entre elas está a produção de resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para animais e até biodiesel.
Economia Circular
O reaproveitamento do óleo de cozinha faz parte de uma ação de economia circular da Prefeitura de São Paulo, que é um conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.
Em abril de 2021, a Prefeitura de São Paulo formalizou parceria com a Fundação Ellen MacArthur, que desenvolve ações para eliminação de resíduos, reciclagem e regeneração de sistemas naturais promovendo o conceito de economia circular em empresas, formuladores de políticas e acadêmicos.
Com isso, São Paulo se tornou a primeira cidade do mundo aceita pela Rede Mundial de Economia Circular, que já abrangia empresas globais e organizações filantrópicas. Com o acordo, a capital paulista deverá aumentar a formulação de projetos e políticas públicas de economia circular, o que pode gerar desenvolvimento econômico e mais oportunidades de trabalho, bem como renda.
Sabão
O Instituto Triângulo é uma organização não-governamental, que concentra a maior rede de coleta voluntária de óleo usado no Brasil. O sabão ecológico produzido pelo Instituto é um produto ecoeficiente, que minimiza desperdícios e emissões de gases poluentes e aumenta a sustentabilidade ambiental. O produto é comprovadamente biodegradável e, por isso, seus resíduos não prejudicam a água e o solo, pois podem ser processados por micro-organismos e bactérias.
Outro produto da reciclagem do óleo de cozinha é a produção de biodiesel, misturado ao diesel comum. O combustível é composto por cana de açúcar e até 2% de óleo de cozinha. Além de ser uma alternativa mais sustentável e renovável, o biodiesel pode baratear até 10% o preço nos postos e reduzir 35% da emissão dos gases de efeito estufa.
O biocombustível é muito utilizado no setor rodoviário e sua produção em 2020 cresceu 8,7%, fazendo do Brasil o segundo maior produtor mundial do combustível renovável. A descarbonização do setor de transporte depende da produção e comercialização de biocombustíveis.

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6 Comentários

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