As consequências do temporal da última sexta-feira (4) deixaram milhares de ipiranguistas, que já estavam insatisfeitos com a Subprefeitura, ainda mais raivosos.
E não é apenas a falta de zelo com as diversas espécies arbóreas espalhadas pelo bairro, das quais muitas acabaram caindo, que revolta dos moradores. Os milhares de buracos escancarados nas ruas do bairro, além do grande montante de lixo acumulado e espalhado pelas vias, também geram incômodo e acima de tudo, sensação de um bairro abandonado.
“Pelo que vejo, do tempo que eu conheço o Ipiranga, há 35 anos, o bairro está completamente abandonado. A gente vê, têm buracos aqui, buracos mais a frente, a “lixaiada” jogada pelas ruas, e é isso que está acontecendo com o Ipiranga”, contou Adimilson Nascimento, de 49 anos, que trabalha no bairro.
Segundo ele, em questão da pavimentação e recapeamento do solo, a Subprefeitura tem culpa na não realização destes serviços em algumas ruas do bairro, porém, disse também que a maior parte dos culpados são os moradores. “A gente não pode culpar só os órgãos. Temos que nos policiar também. O lixo jogado pela rua é culpa do morador, não só da Subprefeitura”, apontou.
Em um café da manhã com o Subprefeito do Ipiranga, Adinilson Almeida, comentou sobre o trabalho de recapeamento que está sendo feito em toda a cidade de São Paulo, destacando que, como tem acontecido no Ipiranga, as vias principais e de maior tráfego de veículos, recebem o asfalto novo primeiro.
De acordo com a Subprefeitura do Ipiranga, quem está fazendo a avaliação dos locais de maior necessidade de receber o recapeamento é o Departamento de Zeladoria Urbana.
O problema é que a maioria dos buracos que vem sido apontado pelos moradores está nas ruas internas do bairro, como por exemplo, a Agostinho Gomes e entre a Cipriano Barata e a Cônego Januário, vias, onde, as crateras são avistadas de longe.
Em relação ao acúmulo de lixo nas ruas, a Subprefeitura explica que divulga frequentemente, nas redes sociais, no site e nos grupos, sobre os serviços de coleta de lixo, com orientações para que as pessoas realizem o descarte de lixo de forma correta.
Além disso, há também a divulgação das datas em que o Cata Bagulho passa para retirar os descartes e os quatro eco pontos na região, onde os lixos podem ser despejados.
“O Ipiranga está bem abandonado, porque você vê lixo do outro lado da rua, rua esburacada. A gente pede realmente para as autoridades virem resolver e eles não atendem o nosso pedido”, contou Aparecida Conceição Lima de Souza, comerciante no bairro há 16 anos.
Ainda segundo ela, quase na porta de seu estabelecimento, há uma árvore que corre risco de queda. Há mais de cinco anos a empreendedora pede soluções, mas nada foi feito até o momento. “Estou há mais de cinco anos fazendo pedido para retirar esta árvore aqui do lado, porque, se ela vier a cair é capaz de matar alguém e vai atingir minha casa”, disse.
Uma amiga de Conceição, também realizou um pedido para solucionar o problema com a árvore, “vieram, tiraram foto, mas não fizeram nada até agora”.
Para Aparecida, a solução seria as autoridades darem mais “atenção” às solicitações e aos próprios munícipes. “Espero que eles deem um pouco mais de atenção para nós, que estamos necessitadas, tanto na área de lixo, como na parte de árvore, luz e rua esburacada”, destaca.
