Por volta de 2018/19, o desejo de ter uma comunidade católica do Klabin foi sendo gestada. Depois de inúmeras visitas à Arquidiocese de fiéis do bairro, em 2020, o terreno de 200 m² que fica na rua Lorenzo Valla, 251, com Ernesto de Oliveira foi adquirido. Começava ali, a nascer o sonho da comunidade católica do Klabin.Depois disso, diversas reuniões foram realizadas pela comunidade católica do Klabin até que, por sugestão do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, a igreja a ser erguida será dedicada à Nossa Senhora de Guadalupe.
No dia 12 de dezembro de 2021, Dom Odilo reuniu a comunidade, levou um quadro de Nossa Senhora de Guadalupe e fez a benção do terreno.
No mesmo ano, quatro padres, Jorge Bernardes; Antonio Lisboa; Wilson dos Santos e Padre Frei José Maria Mohomed Ó. De M., passaram a ser responsáveis por acompanhar o nascimento da comunidade episcopal, que não existia na região. Desde então, os primeiros contatos começaram a ser realizados. Empresários, engenheiros e arquitetos se reuniram e, depois de muitos, dias, fins de semana e noites, nasceu o projeto arquitetônico da Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe.
O Klabin é um bairro relativamente novo na cidade e de perfil majoritariamente residencial. Antes do loteamento, iniciado pela família Klabin na década de 1970, a região era considerada a maior favela da cidade de São Paulo, mas foi beneficiada com políticas de desfavelização, das quais a Chácara Klabin participava como o empreendimento mais nobre da região.
Inicialmente, a região atualmente conhecida como Chácara Klabin foi uma área que exerceu um importante papel na formação da sociedade paulista e colonial, e abrigou inúmeras chácaras e fazendas.
Após o fim da escravidão, em 1888, o Brasil e, principalmente, a cidade de São Paulo recebeu um grande número de imigrantes estrangeiros que aportaram por aqui.
Os Bezzi, uma família italiana, foram os primeiros a se instalarem na região, porém, não foram eles os principais moradores e sim a família Klabin, da qual surgiu o nome da Chácara.
Em 2022 e 2023, o Frei José Maria começou a se aproximar ainda mais da comunidade, celebrando Missas, que aconteceram dentro das casas das famílias e também em uma tenda instalada no terreno onde será construída a Igreja.
O entusiasmo da população com a Igreja é tão grande que vários moradores da região foram conhecer a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe na cidade do México. Lá, uma imagem venerada em um manto (tilmahtli) associado à aparição está entronizada na Basílica.
Na volta, os relatos da devoção à santa deixaram a comunidade católica mais empolgada. Também existem relatos de que no Brasil existem poucas igrejas de Nossa Senhora de Guadalupe, como em Olinda, em Pernambuco, São Bernardo do Campo, uma pequena Capela em Guarulhos e em Campo Belo, todas em São Paulo e Curitiba, no Paraná.
Para reforçar seu entusiasmo com a nova igreja, os católicos da Chácara Klabin realizaram uma procissão e festa de Nossa Senhora de Guadalupe, em dezembro de 23.
Até o momento já foi instalado o perfil do terreno, onde serão realizadas as contenções dos muros, para que o paredão comece a ser feito e o local escavado, para que haja sustentabilidade e os pilares para levantar o prédio comecem a ser montados.
Segundo o Frei, ainda não há uma estimativa de prazo para que a Igreja fique pronta, mas pode se pensar em dois/três anos, “talvez”. O frei José Maria destacou seu maior encantamento com o projeto da Igreja voltado para a relação entre as pessoas.
“Eu me sinto bastante feliz por aquilo que Deus faz e é ele quem está realizando a obra de cuidado com as pessoas. Então, a coisa mais importante é a aposta na relação humana, na cidade, no mundo, porque as pessoas não têm mais quase o gosto de conviver umas com as outras. Acho que a convivência entre as pessoas tem dado uma alegria de viver”.
“É gente cuidando de gente. Acho que é isso que me encanta. Ver que as pessoas se amam, procuram se respeitar, viver plenamente a sua vocação de fidelidade e a vida eucarística é uma coisa realmente bacana. Rezar com o povo, o povo rezar comigo, eu aprender muita coisa com esse povo”, destacou ainda, o Frei.
Para ele, as expectativas para quando a Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe estiver pronta e de portas abertas para os fiéis é de que “o povo seja a igreja”. “Que eles compreendam sua vocação, sua fidelidade batismal, que eles possam viver bem sua vocação humana de encontro, de amizade.
Essa é minha expectativa”, frisou o Frei. Para que a igreja seja erguida o apoio da comunidade e de empresários locais é muito importante. Alguns deles como, Francisco Hirota e a família Dissei, da Construtora Dissei, entre outros, fazem parte do grupo de apoio. Apoio que o Frei José Maria espera que cresça cada vez mais.
