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Flor é o terror da várzea

Feche os olhos e imagine um time de bairro, quase sem recursos financeiros, que seja hexacampeão do Campeonato Varzeano, campeão da Copa Refinaria União, campeão da Copa Independência do Brasil e campeão da Copa Paulicéia, realizada em São Bernardo do Campo. Agora, abra os olhos e responda: você pensou no Grêmio Recreativo Flor de São João Clímaco, não foi? Se foi, acertou

O Flor surgiu no dia 15 de março de 1952, na casa de número 10 da rua Correia, em São João Clímaco, e o nome do time era precedido pela palavra infantil. Ou seja, chamava-se Infantil Flor de São João Clímaco, em razão de os fundadores serem adolescentes. “Éramos todos muito jovens”, lembra Luiz Carlos Rigoletto, de 85 anos, um dos poucos integrantes ainda vivos daquele grupo. “Eu não joguei, mas faço parte do Flor desde a fundação”, comenta Rigoletto, que é chamado pelos amigos de Bigola.

“Por ser uma molecada muito boa de bola, os moradores começaram a acompanhar o time e posso garantir que virou um fanatismo. O Flor era o programa de domingo da população local”, conta o empresário Valdir Zuffo, de 79 anos e que está há mais de 40 na presidência da agremiação de São João Clímaco. “A região era um sertão, os campos eram de terra e havia uma canaleta no grande círculo”, recorda Zuffo.

“Nós já tivemos dias difíceis, mas somos o único clube da região que nunca paralisou as atividades”, arrisca Wilson Pires da Silva, o Pneu, de 68 anos, uma espécie de diretor informal do Flor. Ele traz na ponta da língua as conquistas da agremiação que, após receber jogadores com mais idade, tirou do nome a palavra infantil. “Fomos campeões em 1956, 1957, 1961, 1962, 1963 e 1969 do Campeonato Varzeano, competição promovida pela Federação Paulista de Futebol (FPF), setor 3 – Ipiranga; campeões da Copa Refinaria União, em 1966; campeões da Copa Independência do Brasil, em 1972; campeões da Copa Paulicéia, em São Bernardo, em 2008; e, entre 1976 e 1987, disputamos 25 partidas no Desafio ao Galo, da TV Record”, ele enumera. Zuffo acrescenta que o Flor participou de vários torneios do Defe (Departamento de Educação Física e Esportes) sempre com brilhantismo.

Campo sintético foi inaugurado em 1992

O caminho do Flor jamais foi coberto com pétalas de rosas. As dificuldades financeiras sempre se apresentaram como fantasmas e, em razão disso, o clube pode ser considerado um nômade no futebol varzeano da região. Dois anos depois da fundação, ele jogava em um dos 23 campos em Heliópolis. Em 1970, dividiu a sede com o Flor do Pinhal e, em 1975, com o Milionários. Os campos da Estrada das Lágrimas foram desativados, após a ocupação do bairro, e entre 1983 e 1991 o Flor ficou sem uma praça de esportes para chamar de sua. O sol só voltou a brilhar, em 1992, quando a agremiação passou a jogar no CDC (Centro Desportivo) Parque Fongaro. O equipamento pertence também ao Clube Atlético Arapuá. O campo, de grama artificial, se chama Estádio Benedito Sapateiro. O homenageado foi um dos participantes da reunião do dia 15 de março de 1952, data da fundação do clube. Ele ainda está vivo, tem 85 anos, e a profissão que exercia era a de prensista.

Clube sempre foi um revelador de talentos

Os atletas formados no Flor, e que ganharam asas em clubes profissionais, são tantos que poderiam formar um time, com reservas. Destacam-se, Zé Luís (Keko), com passagem pelo Corinthians e pela Ferroviária; Mosca, Corinthians, Ponte Preta, Paulista de Jundiaí e Operário do Mato Grosso; Jacinto, Rio Preto Esporte Clube; Celso Ferreira, Palmeiras, Santa Cruz, Coritiba, Ponte Preta, Joinvile e também atuou na seleção brasileira na Olimpíada de Munique, em 1972; Geraldo Scotto, Palmeiras; Joãozinho (Rodelão), Corinthians; e Magrão, apelido de Márcio Rodrigues, volante do São Caetano, Palmeiras, Corinthians, Internacional de Porto Alegre, com passagens também pelo Japão e pela Arábia Saudita. Os maiores artilheiros da agremiação, segundo Pneu, são Oscarzinho e, mais recentemente, Capá.

Custo do time é de R$1,5 mil por mês

A entrevista para o Ipiranga News é realizada na copa do CDC Parque Fongaro e, além de Zuffo, Bigola e Pneu, estão presentes o conselheiro Cláudio Valeriano, o Mo; o tesoureiro CrisneiPontim, o Cavalo; e o treinador e diretor esportivo Marco Antonio de Almeida. Eles contam que o equipamento público é administrado em parceria entre o Flor e o Clube Atlético Arapuá. O custo mensal para colocar o time em campo, segundo Cavalo, é de cerca de R$ 1,5 mil. As receitas vêm de eventos realizados pela diretoria e da colaboração de abnegados, como eles dizem.

O presidente faz questão de destacar que o fundador do Flor foi Arilton Costa, e Pneu acrescenta. “Não podemos nos esquecer de figuras importantes para o clube, como Erasmo, Zé Lauro, Valdir Zuffo, aqui presente, e Tipiu, a personalidade mais conhecida da várzea de São Paulo”, nomeia Pneu, não deixando de citar o treinador atual do quadro principal, Diney.

 

 

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16 Comentários

  1. Bem, meu pai é o Sr. Arylton Costa, um dos fundadores só flor, eram crianças sem espaço para jogar nos outros grandes clubes e decidiram fundar o flor, e neste dia, meu pai chega na casa dele todo feliz e conta que fizeram um time, minha avó pergunta, e qual será o nome? E aí vem o que ninguém sabe, será os onze piratas, aí minha avó explicou que não, piratas eram ladrões nos mares, aí sugeriu, porque não põe flor de São João Clímaco, e assim foi, meu avô que tinha um bar na estrada S.J.Climaco, seu Antônio Costa, seu o primeiro uniforme a eles, ass nascia este time amado por todos no seu alge.

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