Heliópolis mapeia casos de Covid-19 dentro da favela

A difusão do novo coronavírus na cidade preocupa os movimentos sociais,coletivos e organizações de bairro que articulam redes de solidariedade para proteger as comunidades mais vulneráveis.

Foi pensando nisso que além das ações solidárias e de proteção às famílias, que a UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região) decidiu mapear o avanço e os impactos da COVID-19 em Heliópolis.

A associação divulgou um documento no início de junho com dados coletados por meio de uma pesquisa,via formulário online, com os moradores e lideranças territoriais para levantar os casos suspeitos e confirmados e óbitos pelo novo coronavírus.

O documento esclarece que “os resultados apresentados não refletem a realidade, são subestimados, ou seja,apenas a ponta do iceberg. Acreditamos que existam mais vítimas e casos que não foram mapeados. A situação é ainda mais complicada”.

De acordo com o levantamento comunitário, até 15 de maio, Heliópolis teve 138 casos e 24 óbitos. Os dados oficiais do Governo, até 18 de maio, apontam para 188 casos e também 24 mortes.
O estudo ainda revelou que a doença está presente em todos os territórios que compõe a favela.Os locais mais populosos concentram o maior número de casos. Especificamente os territórios“Lagoa” e “Mina”, com 50 e 40 casos respectivamente.

Os dados de Heliópolis mostram também que a maioria das vítimas (54%) são adultos (entre 31 e 59 anos) e os jovens correspondem a 13% das vítimas fatais. Outro dado que chama a atenção é que a maioria das vítimas são homens (87%), mulheres somam 13%.