Nossa Opinião

Bolsonaro precisa controlar os filhos

O novo foco de tensão do governo de Jair Bolsonaro está agora entre um dos seus filhos, o vereador no Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, e o vice-presidente Hamilton Mourão com ataques mútuos e públicos. Bolsonaro já avisou que pretende colocar um “ponto final”, mas reforçou que o filho estará sempre ao seu lado. Ou seja, o fim dessa briga parece longe do fim.
É claro e evidente que há uma disputa de liderança dentro do Palácio do Planalto, que pode até ser considerada normal em qualquer início de governo. Mas, na vida política, discussões, gritarias e impropérios não são adequados. Muito pelo contrário. Política é debate, discussão de ideias.
As polêmicas ganharam mais um reforço depois que, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, outro filho do presidente, o deputado federal em segundo mandato Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), endossou as críticas que seu irmão tem lançado sobre Mourão. O que mais tem mais incomodado os filhos de Bolsonaro são as declarações públicas de Mourão à imprensa. Para Eduardo, por exemplo, o vice-presidente tem de “cumprir a missão de substituir o presidente no caso da ausência”. O deputado vê Mourão apenas como “um soldado do presidente”. Eduardo foi ainda mais longe ao declarar que a função do general “não é dar opinião”.
O Brasil não depende de um salvador da pátria, e sim de bons políticos. Dentro das Forças Armadas, Mourão é visto como uma pessoa estudiosa e inteligente, que conhece as coisas que fala. Seus inimigos, no entanto, o chamam de “queridinho da imprensa”. Já Carlos é elogiado constantemente pelo pai por ser um dos grandes responsáveis pela sua vitória nas urnas no ano passado, sobretudo pelo papel que desempenhou nas redes sociais.
Como já disse Mourão, quando um não quer, dois não brigam. O general é apontado como uma voz de moderação dentro do governo, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais. Em contrapartida, Bolsonaro e seus filhos são considerados mais impulsivos. O presidente, por exemplo, já usou informação comprovadamente falsa para atacar a imprensa. Durante o Carnaval, o presidente chegou a utilizar as redes sociais para publicar um vídeo com conteúdo pornográfico. Se não bastasse tudo isso, contra o “clã Bolsonaro” ainda pesa o fato de eles tentarem intimidar a imprensa com ameaças pelas redes sociais e muitas vezes desprezar as instituições democráticas.
O momento é de águas turbulentas com debates calorosos e exige que todo mundo faça autorreflexão. Cabe ao presidente Jair Bolsonaro tentar apaziguar os ânimos. Influências e interferências externas ao Palácio do Planalto precisam ser muito bem avaliadas para não prejudicar a governabilidade.
O foco do Palácio do Planalto tem de estar no debate da Reforma da Previdência. Está muito claro que o atual sistema previdenciário não serve mais para o Brasil e os mais pobres não podem continuar sendo penalizados. A “nova previdência” tem de ser sólida e consistente para que, daqui a dez anos, o País não precise fazer outra reforma porque o sistema não se sustenta.

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4 Comentários

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