O ex-deputado federal José Mentor (PT), de 71 anos, morreu na madrugada de sábado (25), vítima de covid-19. Ele estava internado no Hospital 9 de Julho desde o último dia 12. Mentor havia sofrido um enfarte havia dois meses e estava se recuperando quando contraiu o novo coronavírus.
Natural de Santa Isabel, interior do Estado, ele mudou-se com os pais para o bairro do Ipiranga ainda criança. Foi na região conhecida como Baixada da Égua que o delegado de Polícia Assis Mentor Couto Mello e sua esposa, a dona de casa Encarnação Mentor Couto Mello, se instalaram com os filhos.
Com sua base eleitoral ligada a movimentos de moradia de Heliópolis, Mentor foi um dos políticos mais influentes da região do Ipiranga nas últimas décadas. Líder estudantil e advogado, ele foi fundador do PT e deputado estadual constituinte entre 1989 e 1991. Ocupou a cadeira de vereador na Câmara Municipal de São Paulo entre 1993 e 2003 e de deputado federal por quatro mandatos consecutivos, no período de 2003 a 2019.
A OAB Ipiranga – 100ª Subseção homenageou o ex-deputado. “A OAB-Ipiranga presta sua solidariedade a sua esposa, amigos e familiares por essa irreparável perda e rogamos para que Deus possa confortá-los nesse momento de grande dor, em que as palavras se apequenam e o espírito busca amparo na Fé.”
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, usou seu perfil no Twitter para lamentar a morte do José Mentor. “Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento de um grande amigo, o ex-deputado José Mentor. Infelizmente, ele foi mais uma vítima da covid-19. Mentor foi um grande advogado, referência nas discussões jurídicas em relação a diversas propostas legislativas, e muito atuante na CPI do Banestado, que foi relator, e eu, vice-presidente. Deixo meu abraço aos familiares e minha solidariedade neste momento tão difícil”, postou.
Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, um dos maiores advogados do País, publicou artigo no site do jornal O Estado de S.Paulo para homenagear o amigo morto. “O vírus atingiu José Mentor. Ele não resistiu à ‘gripezinha’. Outros que fariam menos falta do que ele estão resistindo e zombando. Macabra e funesta zombaria. Aliás, aquele que zomba, zomba do próprio povo brasileiro, vítima da cruel pandemia. Que Deus lhe poupe da perde de um ente querido. Eu tive uma perda. José Mentor amigo e companheiro. Cinquenta anos de convivência”, escreveu.
O sepultamento do corpo de Mentor ocorreu no sábado, no Cemitério Congonhas.
