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Zoo de São Paulo recebe lontra para iniciar reprodução

Caçada impiedosamente, uma vez que sua pele é produto de alto valor no mercado de casacos femininos, a Lontra está ameaçada de extinção. Na luta para manter a espécie, o Zoo de São Paulo acaba de receber um macho para tentar iniciar a reprodução com uma fêmea que vive no zoo desde 2011. Eles ainda estão separados, mas já podem serem visto pelo público. Nascido no Instituto Ekko Brasil – Projeto Lontra, o jovem macho da espécie Lontra longicaudis chegou ao Zoológico de São Paulo no começo do mes de 6 de julho proveniente do Criadouro Onça Pintada localizado em Campina Grande do Sul – Paraná, onde viveu até atingir a maturidade sexual aos dois anos de idade. Apelidado de “Guaçu”, foi transferido para a nova casa com o propósito de manejo reprodutivo com uma fêmea da espécie moradora do parque desde 2011.
Cumprido o período de quarentena, a aproximação dos animais deverá ocorrer de forma lenta e gradativa, podendo se estender por meses. Para isso, o recinto de exposição foi adaptado e agora conta com uma divisória central como parte da cenografia. Esta estrutura metálica foi instalada tanto na parte seca do recinto quanto na área aquática para que os animais se acostumem um ao outro através de contato visual, estímulos odoríferos e vocalizações diversas entre assobios e grunhidos, sem contato físico nesta fase inicial de adaptação. A partir de então, as lontras serão acompanhadas pela equipe técnica para avaliação constante do comportamento até estarem aptas a viverem juntas, no entanto, já podem ser observadas pelo público no recinto localizado na Alameda Lago.
As lontras são animais carnívoros e se alimentam, preferencialmente, de peixes e crustáceos, mas também podem consumir outros vertebrados e invertebrados. No Zoo de São Paulo, recebem diariamente alimentação balanceada composta por peixes, camarão e coração de frango. Apresentam ampla distribuição no Brasil, ocorrendo nos biomas Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Amazônia e Campos Sulinos. São animais altamente dependentes de ambientes aquáticos como rios, córregos e áreas costeiras com disponibilidade de água doce, onde costumam capturar peixes e crustáceos para consumi-los fora da água sobre uma rocha, tronco, no solo ou no interior de uma toca. Com hábitos semi-aquáticos, possuem adaptações morfológicas projetadas para a locomoção eficiente em corpos d’água, pelagem densa e oleosa que atua como isolante térmico, narinas que se fecham durante o mergulho, cauda achatada e musculosa que auxilia na natação, pernas curtas e robustas com pés espalmados e dedos unidos por membranas interdigitais que as tornam nadadoras ágeis e excelentes mergulhadoras. Além disso, apresentam longas vibrissas que facilitam a localização das presas na água. De comportamento esquivo e solitário, a lontra pode ser encontrada na natureza aos pares no período reprodutivo ou então, em grupos sociais compostos por uma fêmea adulta e sua prole. A gestação é de 60 dias com o nascimento de 1 a 5 filhotes que pesam de 120 a 160g e desmamam com 6 meses de idade. Quando mantida sob cuidados humanos, a longevidade pode alcançar 25 anos. A espécie pode apresentar hábitos noturnos, diurnos ou crepusculares que variam de acordo com as condições ambientais.
A lontra foi intensamente caçada no período de 1950 a 1970 para a comercialização de sua pele, utilizada na confecção de casacos e chapéus, resultando em extinções regionais. Atualmente, a espécie sofre com a destruição de habitat decorrente do desmatamento, mineração, poluição da água e demais fatores que agravam o declínio e isolamento das populações selvagens e representam uma grande ameaça à sobrevivência da espécie. A espécie está classificada como “Quase Ameaçada” na lista internacional da IUCN Apêndice I da CITES e listada como “Vulnerável” para o estado de São Paulo desde 2018.

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24 Comentários

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