Autoestima e seus impactos
De acordo com a visão da teoria da Terapia Cognitivo Comportamental, autoestima nada mais é do que a crença que o indivíduo tem sobre si mesmo, determinando assim se será uma autoestima elevada ou baixa. Por exemplo, uma pessoa que se acha capaz de fazer as coisas e que prevê que mesmo se algo não der certo ela terá recursos e condições de encarar as consequências, é um estilo de autoestima elevada. Por outro lado, uma pessoa que se vê incapaz de lidar com as situações e acredita que será insuportável ter que enfrentar uma rejeição ou reprovação, pois pensa que não tem atributos físicos, emocionais e/ou intelectuais para encarar, seria um exemplo de autoestima baixa.
Sendo assim, quando o indivíduo tem uma crença negativa ou disfuncional sobre ele mesmo, passa a acreditar que as pessoas vão “ver a verdade” sobre ele e que será intolerável aguentar esse julgamento.
Todo esse funcionamento de baixa autoestima poderá provocar algumas consequências como: dificuldade de relacionamento, por medo do julgamento do outro; prejuízos nas conquistas profissionais, pois evitarão se colocar em situações ou posições mais desafiadoras para não serem avaliadas; e em alguns casos até um quadro de Burnout, pois elas buscarão trabalhar exaustivamente na execução de suas tarefas, com a expectativa de gerar uma perfeição para compensar uma falta de habilidade que elas julgam ter.
De uma maneira geral, pessoas com baixa autoestima buscarão utilizar estratégias de EVITAÇÃO ou de SEDUÇÃO/MASCARAMENTO. Na primeira, ela tentará de todas as formas não se colocar em situações que possa ser avaliado ou julgado, pois assim acredita que estaria se preservando do sofrimento de “acessar”, mediante a opinião do outro, as suas crenças negativas ao seu respeito. Na segunda estratégia, que no caso seria de enfrentamento, mas igualmente disfuncional, seria aquela pessoa que é excessivamente amigável, amável e sedutora com os demais, com o propósito de gerar uma maior aceitação, com o objetivo de provar o oposto dos conceitos de valor negativos que tem sobre si mesmo.
Ambas estratégias contribuem para o ciclo de manutenção do problema, pois aliviam o desconforto emocional por um algum prazo, o que favorece a repetir a estratégia disfuncional e, por outro lado, não permite desenvolver novas habilidades ou criar novos conceitos. Além disso, o indivíduo ter conceitos negativos sobre si mesmo e acreditar que não está pronto e não tem recursos para encarar determinadas situações, se torna um gatilho para o desenvolvimento de quadros ansiosos e depressivos.
Para trabalhar e melhorar a autoestima é importante saber que não se trata de passar a pensar o oposto de seus conceitos negativos, como mudar o pensamento de “sou burro” para “sou a pessoa mais inteligente”, de “sou desinteressante” para “posso conquistar o homem/mulher que quiser”, de “sou incompetente” para “serei bem sucedido em qualquer coisa que faço”. Buscar elevar sua autoestima trata-se primeiramente de tomar consciência sobre como você se define. Que conceito você se dá?
Busque se avaliar de maneira ponderada e realista, elencando que virtudes e fraquezas você tem baseado em evidências e não com referência em suas hipóteses julgadoras. A partir disso, poderá ter mais clareza sobre suas qualidades, bem como assumir a responsabilidade para mudança, através de resolução de problemas, sobre os aspectos que ainda se sente vulnerável.