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Qualquer vacilo pode ser fatal

O futebol em São Paulo voltou com o campeonato estadual, mas a dúvida que fica é: será que era realmente o momento de a bola voltar a rolar? No mesmo dia em que os jogos foram retomados, o Estado de São Paulo registrou recorde de novos casos de covid-19 na quarta-feira (22), com 16.777 confirmações da doença em 24h. Já são mais de 439 mil casos desde início da pandemia e um total de 20 mil mortes no Estado.

Por mais que os clubes sigam uma série de regras, que inclui isolamento, testes rotineiros para detectar jogadores infectados e até restrição no número de pessoas que podem entrar nos estádios, o clima é de temor. Não à toa, as partidas são disputadas sem torcedores e em municípios que a situação da pandemia está mais controlada na Grande São Paulo e na Baixada Santista. Estamos vivendo um momento muito difícil, não só no futebol, mas no mundo de uma maneira geral.

Não pode haver relaxamento de nenhuma parte, seja das autoridades ou da população. Todas as providências precisam ser seguidas à risca dentro da quarentena, para que não venha a segunda onda de infecções do novo coronavírus.

O Brasil ainda está longe de sair da pandemia. O País tem 81 mil mortes por coronavírus confirmadas, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. Os casos confirmados de coronavírus em todo o mundo superaram a marca da 15 milhões de infectados. Ao todo, mais de 617 mil pessoas morreram devido à covid-19, mas, segundo especialistas, esse número pode ser ainda maior por causa das subnotificações. Os países com mais mortes são Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, México e Itália.

Diante desse cenário, é simbólico que o presidente Jair Bolsonaro tenha testado positivo para a covid-19. Somente depois que foi confirmada sua contaminação é que o presidente passou a ficar no Palácio da Alvorada e tem evitado aglomerações. Além de Bolsonaro, nesse momento dois ministros do seu governo estão afastados com covid-19: Onyx Lorenzoni, da Cidadania, e Milton Ribeiro, da Educação, que assumiu o cargo há uma semana.

Por mais que os pesquisadores estejam fazendo um bom progresso no desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, inclusive, com alguns estudos em estágio avançado, não é esperado até o início de 2021 que a população de maneira geral comece a ser imunizada, segundo a própria Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para piorar, os Estados Unidos vão pagar US$ 1,95 bilhão para garantir 100 milhões de doses de uma potencial vacina contra o coronavírus que está sendo desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer e pela alemã Biontech. O número se refere a todo o potencial de fabricação das empresas em 2020. Assim, não sobraria nada para os outros países.

A situação é delicado e exige atenção de todos. Qualquer vacilo pode ser fatal.

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