Polícia abre inquérito contra o vereador Camilo Cristófaro por racismo

Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou inquérito policial para investiga o vereador Camilo Cristófaro por declaração feita durante sessão na Câmara Municipal de São Paulo. Camilo vem sendo acusado de racismo após declarar “não lavar a calçada … é coisa de preto, ne?”. A frase foi vazada num áudio na terça (3), durante sessão remota da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos. Ele se desculpou dizendo que errou.

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O inquérito aberto para apurar os crimes cometido pelo vereador está previsto no artigo 20 da Lei 7.716/89, cuja pena é de reclusão de 2 a 5 anos e multa”, diz a nota distribuída polícia.

Os vereadores Luana Alves, Érika Hilton, Paula Nunes e Celso Giannazi declararam na delegacia que “o termo ‘coisa de preto’ é ofensa a toda a população negra, e usado contra pessoas dessa origem étnico-racial práticas de cunho duvidoso, incompetente e desonesto”.

O vereador Camilo Cristófaro tem sua base eleitoral no Ipiranga, onde recebeu votos suficientes para ser eleito por duas legislaturas. Ele também tem atitudes polêmica e já foi acusado de agredir o chefe de gabinete da subprefeitura do Ipiranga na gestão passada, além de ser acusado por agressões nos corredores das Câmara e de dirigir palavras ofensivas contra uma mulher durante a visita do prefeito Ricardo Nunes ao Ipiranga.

Em nota divulgada o vereador afirmou que “apesar de ter tido uma fala racista”, ele “não é racista em suas atitudes”.

“Um errro…cometi um erro…Eu peço desculpas a toda população negra por esse episódio que destrói toda minha construção política na busca de garantia à cidadania dos paulistanos. Apesar de ter tido uma fala racista, eu não sou racista em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso”, declarou.

“Eu como humano tenho que me reconstruir para ser um vereador que combate qualquer forma de discriminação, principalmente quando mantenho valores de uma sociedade que está se transformando para melhor, onde todos devem ser respeitados. Venho de uma geração onde as piadinhas eram normais e preciso passar por uma desconstrução desses preconceitos”, finalizou.

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Jonas Donizette, presidente estadual do PSB, partido que Camilo Cristófaro era filiado, disse que a desfiliação do vereador equivale a expulsão, uma vez que o escândalo em que ele se envolveu é muito grave. Além disso ocorreu uma cobrança muito grande dos membros da legenda para que se tomasse uma decisão rápida, para se evitar que o partido fosse atingido pela atitude do vereador. Nos bastidores da Câmara comenta-se que Camilo estava negociando para se filiar ao PSD, porém fontes do partido dizem que, depois do ataque racista do vereador, dificilmente ele será aceito na legenda. “O presidente Gilberto Kassab é determinantemente contra todo e qualquer discriminação e preconceito. Isso significa que o vereador Camilo Cristófaro não será aceito na legenda”, disse um interlocutor do PSD.

Camilo Cristófaro já está sendo investigado na Corregedoria da Câmara Municipal, a pedido dos vereadores do PSOL e também do presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil).

A apuração pode culminar com a cassação do mandato do vereador. Milton Leite defendeu pessoalmente a perda de mandato do parlamentar e afirmou que o clima na Casa contra Cristófaro “não está bom para ele”.

“O fato é compatível com a pena máxima. O clima não está bom para ele”, afirmou Milton Leite falando a respeito de uma possível cassação de Cristófaro em plenário.

Fonte: com informações do G1