Ressaca recebe Osvaldinho da Cuíca

O Bloco da Ressaca realizou no sábado (15) o 36º desfile e, além de levar alegria e descontração a cerca de seis mil pessoas, celebrou o aniversário de 80 anos de Osvaldinho da Cuíca, o 1º Cidadão do Samba de São Paulo. O músico foi homenageado pelo cordão, junto com outra figura lendária do samba paulistano: o radialista Moisés da Rocha, apresentador do programa “O Samba Pede Passagem”, nas rádios USP (FM) e Capital (AM).
Como ocorre há quase quatro décadas, os foliões começaram a chegar no final da manhã ao largo do Cambuci. Aproveitaram para fazer novas amizades e montar bloquinhos, que iriam se destacar durante o desfile. Eles também promoveram “guerra” de spray e, principalmente as crianças e os adolescentes, puderam fazer uma pintura no rosto, caracterizando-se para a festa. O trio elétrico, enquanto isso, fez o aquecimento geral.
“Eu moro no Jabaquara, mas venho todos os anos ao desfile do Ressaca, porque é muito animado, sem ser vulgar”, avaliou a aposentada Maria de Fátima Graça Arruda, de 74 anos. “Eu costumava trazer os netos, mas hoje eles estão em outra e só pensam em rock”, ela diz. Morador no Cambuci, Getúlio da Conceição é outra figurinha carimbada no desfile. “Sou da casa”, ele brinca. “Tenho 42 anos e desde os 12 venho ao desfile do Ressaca, imagine o quanto conheço isto aqui”, acrescenta.
“Eu adorei estar mais uma vez com o pessoal do Ressaca, principalmente porque o grande homenageado foi o Moisés (da Rocha)”, observa o músico, cujo aniversário foi na quarta-feira, dia 12. “O Moisés é um batalhador pela sobrevivência do samba e merece todas as homenagens que estão sendo feitas. Ele foi levado até o meio da bateria e eu senti que ali ele se emocionou, vi os olhos deles marejarem”, lembra Osvaldinho, acrescentando que este ano se aposenta da avenida. “Eu serei homenageado pela Império da Casa Verde, que me deu o privilégio de sair à frente da bateria. Eu já fiz de tudo em um desfile de escola de samba: saiu em cima de carro alegórico, no chão, na bateria, mas à frente de uma bateria é a primeira vez”, ele agrade. “Vou desfilar também pela minha Vai Vai”.
Os foliões vestiram roupas leves e às 15h já estavam enfileirados para a largada. O abre, como de costume, foi com a marcha “Cidade Maravilhosa”. Marchinhas de antigos carnavais também foram cantadas pelos presentes, que percorreram as ruas Luís Gama, Cesário Ramalho, Barão de Jaguara e Silveira da Mota. Moradores dessas vias aglomeram-se à porta, para apreciar a passagem do cordão. Confetes e serpentinas foram jogadas das sacadas de casas e apartamentos. A folia contagiou a todos.