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Museu do Ipiranga terá que fazer compensação ambiental

O Museu Paulista está em contagem regressiva para reabrir as portas ao público. A data prevista, desde o fechamento do edifício histórico, em 2013, é 2022. Mais exatamente 7 de setembro de 2022, quando será celebrado o bicentenário da Independência do Brasil. Mas, até lá, muito trabalho espera a empresa vencedora da licitação.
As construtoras interessadas em desenvolver o projeto de restauração e modernização do Museu Paulista, incorporado desde 1963 à Universidade de São Paulo (USP), já estão cadastradas e, no dia 7 de setembro próximo, o governador João Dória vai sortear a ganhadora. O anúncio será feito em um evento promovido pela USP e o Sesc, no Parque Independência.
Escolhida a empresa, as mangas serão arregaçadas e, até novembro, o trabalho de restauro do prédio será iniciado. O planejamento da intervenção em um dos principais símbolos do pais foi apresentado aos munícipes na quinta-feira (15), no auditório da PUC Ipiranga. Participaram da exposição a diretora do Museu, professora Solange Ferraz de Lima, o subprefeito Caio Luz e o engenheiro da H+F Arquitetos, Eduardo Ferroni, um dos idealizadores do projeto ganhador do concurso nacional de arquitetura para o restauro e modernização do edifício monumento. A pró-reitora de Cultura da USP, Margarida Kunsh, representou o reitor Vahan Agopyan.
O gestor da revitalização do Museu será o engenheiro civil e diretor de contratos da Setec Hidrobrasileira, Elzio Montrelo, também presente à apresentação do projeto. “Eu irei fazer o gerenciamento e a fiscalização das obras, como se fosse os olhos da Fundação USP”, explicou Montrelo. Ele acrescentou que o trabalho será realizado em duas etapas. A primeira é a fase da pré-obra, e a segunda, as obras propriamente ditas. “A fase inicial foi de análise do projeto e a contratação da construtora, que só vai ser definida no dia 7 de setembro. Na fase seguinte, eu farei o acompanhamento físico, financeiro, de qualidade e ambiental”, adiantou.
Montrelo está convencido de que o reflexo do abate de árvores será mínimo. “Não vai haver praticamente impacto ambiental, mas sim impacto no parque, porque teremos de fechar algumas entradas para a instalação do canteiro de obras”, observou o engenheiro civil. “Serão retiradas as árvores que causam um pouco de umidade em frente ao Museu”, argumentou. Será fechado inicialmente o portão da avenida Nazaré, restando aos usuários as entradas das ruas dos Patriotas e Xavier de Almeida.

Restauro terá início em novembro

Projetado em estilo neoclássico pelo engenheiro e arquiteto italiano Tommaso Bezzi (1844-1915), o Museu Paulista, também conhecido como Museu do Ipiranga, foi inaugurado em 1895. Charmoso, sempre chamou a atenção dos paulistanos e de turistas nacionais e estrangeiros, mas há pelo menos duas décadas vinha apresentando problemas estruturais. As chuvas torrenciais do inverno de 2013 provocaram infiltrações de água no edifício histórico e, em conseqüência, os forros de algumas salas ruíram. A situação era insustentável e, no dia 3 de agosto, a professora Sheila Walbe Ornstein, então diretora da instituição, teve de suspender a visitação. Uma equipe de técnicos foi encarregada de fazer o diagnóstico preventivo do prédio. Quatro anos se passaram e só em 2017 o acervo foi retirado do prédio. O diagnóstico ainda era feito, em 2015, quando foi feita a licitação para a contratação de uma empresa para produzir o laudo técnico sobre o estado do edifício monumento. O primeiro laudo detectou apenas patologias na fachada.
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa juntou-se à USP, em 2018, e em conjunto promoveram iniciativas para a arrecadação de doações e no projeto de restauro e modernização. A meta era captar recursos com a sociedade civil e o setor privado, por meio de mecanismos de renúncia fiscal, viabilizados pela Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. A resposta foi rápida: 13 empresas aderiram ao programa. Entre elas estão a EDP, companhia portuguesa do setor energético , a Sabesp, o Instituto Itaú Cultural e os bancos do Brasil, Bradesco e Safra, entre outros.
A participação das empresas no projeto se deu por meio de cotas, cujos valores variam de R$ 1,2 milhão a R$ 12 milhões. Os valores chegam a R$ 160 milhões, viabilizando a revitalização do Museu Paulista. As mudanças contemplam a reforma do prédio e a ampliação da área da esplanada nos jardins do Parque Independência, assim como a instalação de sistema contra incêndio e modernização das instalações elétricas e de segurança, dentro e no entorno do Museu. O projeto também prevê a construção de seis mil metros quadrados de novos espaços, incluindo um subsolo com entrada pelo parque, duas escadas rolantes, um elevador, uma área de mil metros quadrados para exposições temporárias, salas para ações educativas, lojas, auditório, café e um mirante.

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9 Comentários

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