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Vereador Camilo Cristófaro vira réu por racismo

O vereador Camilo Cristófaro virou réu na Justiça de São Paulo por crime de racismo. Em julho deste ano, o Ministério Público do estado denunciou à Justiça o vereador por uma fala dele durante uma sessão realizada da Câmara Municipal, em 3 de maio, quando foi flagrado pelo sistema de som do plenário dizendo “é coisa de preto, né?”.
O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares aceitou a denúncia do MP. Para ele, “há indícios de autoria de prova da materialidade do crime”. O MP também pediu indenização por danos morais e perda do cargo público.
O vereador recebeu nove denúncias na Corregedoria da Câmara, seis delas ainda tramitam. Ele responde a uma investigação no Legislativo e outra na Justiça e pode perder o mandato. Na manhã desta terça-feira (😎, Cristófaro participou de uma sessão na Câmara, da CPI dos Aplicativos.
Amarilis Costa, advogada que apresentou a denúncia que deu origem ao inquérito policial, explica que há provas suficientes para a condenação. E que “qualquer doutrina baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável e socialmente injusta e perigosa”.
“O crime de racismo é um crime contra a sociedade, não contra uma pessoa em específico. A condição de parlamentar, de pessoa pública, enseja também um agravamento da conduta. Nesse sentido, o próprio Ministério Público também aponta a possibilidade, o ensejo, de perda de direitos políticos em razão da propagação da mensagem de cunho racista e também da atividade desempenhada pelo sujeito ativo do crime narrado”, afirmou.
Na época, a vereadora Luana Alves (PSOL) foi quem interrompeu a sessão no dia da declaração de Cristófaro e, logo depois, pediu a abertura de um processo para a cassação do mandato do vereador. Cerca de 20 dias depois, por unanimidade, o processo de cassação na Corregedoria foi aberto.
“Esse processo foi interrompido por um tempo porque o vereador que cometeu o crime de racismo tentou declarar suspeição sobre a relatora, que é uma vereadora negra também. E agora a gente conseguiu derrubar. Ela não é mais considerada suspeita para ser a relatora desse processo na Corregedoria e tem tudo para andar porque não dá para aceitar que a Comissão de Ética e a Corregedoria da Câmara não coloque uma punição para um caso de racismo que diz respeito a toda uma população”, afirmou Alves.
O SP2 procurou o vereador, mas ele não quis gravar entrevista. A assessora do vereador enviou um texto afirmando que Cristófaro “não é racista e provará isso”.
Será aberto um prazo para o vereador fazer sua defesa e depois as testemunhas do caso serão ouvidas.
Histórico
No dia 3 de maio, Cristófaro foi flagrado pelos microfones do plenário principal da Câmara usando termos racistas numa conversa vazada durante a CPI dos Aplicativos.
Na frase, o vereador afirma que “não lavar a calçada…é coisa de preto, né?”.
No mesmo dia, o vereador reuniu funcionários do gabinete dele que são negros, gravou um vídeo nas redes sociais dizendo que não é racista e disse se tratar de uma “fala lamentável”.
No vídeo, Cristófaro voltou a dizer que a frase “é coisa de preto, né?” estava fora de contexto e foi falada durante uma conversa com um amigo negro, mas que se trata de uma “brincadeira infeliz”.
“Eu tive uma fala lamentável, muito fora de contexto no momento que eu estava conversando com outra pessoa. E essa pessoa é uma pessoa afro, que é meu amigo e meu irmão. Nós estávamos brincando. E uma brincadeira infeliz”, afirmou.
“Eu nunca fui, não sou e nem nunca serei racista. Isso aprendi com meu pai, com a minha mãe, minha família e minha origem”, completou.
A justificativa é seguida por depoimentos dos funcionários negros da equipe do parlamentar, que narram o dia a dia de trabalho com o vereador e as ações sociais dele nas comunidades da capital paulista.
Na época, por causa do escândalo, o PSB, ex-partido de Camilo Cristófaro anunciou a desfiliaçãodo vereador da legenda, atendendo pedido do próprio parlamentar. Segundo o partido, o pedido equivale a uma expulsão e foi tomado em comum acordo com as principais lideranças da legenda.

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20 Comentários

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