A Amazônia é nossa!
A situação da Amazônia é preocupante. Dado revelado esta semana mostra que as áreas com alerta de desmatamento aumentaram 278% em julho em comparação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. O estudo inclui Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.
Apesar dos muitos questionamentos feitos em relação aos dados do Inpe, é inegável que o atual ritmo de destruição da Amazônia é preocupante. A Amazônia exige uma lei forte. Existem grupos de especialistas na área ambiental que defendem, por exemplo, uma espécie de Operação Lava Jato no combate ao desmatamento, um choque de gestão. A crítica é principalmente por causa da ausência de políticas públicas para proteger a maior floresta tropical úmida do planeta.
É preciso que todos entendam que a proteção ambiental não pertence a nenhuma corrente política ou partido. Preservação virou sinônimo de sobrevivência para as gerações futuras. O debate ambiental não deve ser pautado por questões ideológicas. Isso não significa, porém, que produção rural e conservação de florestas têm de ser conflitantes. É possível atender a todas as necessidades do País de maneira harmoniosa e conciliatória.
Não adianta querer tapar o Sol com a peneira. O Brasil, infelizmente, está estagnado na agenda do clima internacional. Somos um País que ainda incentiva a energia poluente e pouco trabalhamos com a chamada “energia limpa e renovável”.
Todo e qualquer dado sobre desmatamento tem de ser transparente. O que acontece na Amazônia é de interesse público. Somente quantificando os desmates de áreas é que será possível ter embasamento para as ações de fiscalização, controle e combate.
Ricardo Magnus Osório Galvão, ex-diretor do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais), deixou o cargo no início do mês. O oficial da Força Aérea Darcton Policarpo Damião foi anunciado como o novo diretor interino. Por enquanto, o futuro do órgão ainda é uma incógnita. O momento não é de buscar culpados pela ineficácia no combate ao desmate nas últimas décadas, nem de caça às bruxas. Fora das áreas protegidas, a Amazônia perdeu 39,8 milhões de hectares em 30 anos, o que representa 19% sobre toda a floresta natural não demarcada que existia em 1985. O tamanho é equivalente 262 cidades de São Paulo. Dentros das áreas protegidas, a perda acumulada foi de 0,5%.
São números que servem como alerta e são significativamente alarmantes. Já passou da hora de se investir na atualização e melhora dos nossos sistemas. Não é bom para ninguém o abandono ou a destruição da Amazônia. Proteger o meio ambiente faz parte da soberania nacional, doa a quem doer, independentemente do governo
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