O grande acumulo de lixo perceptível por quem trafega pela região da Estrada das Lágrimas, que perpetua há mais de ano, incomoda e causa problemas para quem mora na região. De acordo com vizinhos, o descarte irregular de lixo no lugar, ultimamente, tem acontecido com cada vez mais frequência.
“Eu cheguei a ver caminhões em plena luz do dia, despejando entulhos. Os caras tampam a placa e jogam, despejam [o lixo]. Aí, se você buzina, para o carro e fala que vai seguir o caminhão, os caras chegam a ameaçar até com arma”, contou Renato Giacometti, bombeiro civil e morador da região, alegando que amigos já foram ameaçados pelos irregulares.
Giacometti fez parte do Conselho Participativo Municipal da Subprefeitura do Ipiranga, porém, o trabalho segundo ele era “só para inglês ver”, pois não tinham muito poder para solucionar o problema do lixo. Ele espera que, com a reportagem, a Prefeitura tome alguma atitude em relação ao descarte irregular.
“Estão despejando, simplesmente, três caminhões por dia de entulho e o pior de tudo é que ninguém faz nada, finge que não vê, quando limpam é meia boca, fica horrível a situação, cheio de entulho no meio da pista e assim vai”, destacou ainda.
Renato faz um alerta, ainda, para todo o bairro do Ipiranga como um todo, onde, segundo ele, estão acumulando lixo em mais de um ponto. O assunto, inclusive, já foi abordado pela reportagem do Jornal Ipiranga News, a qual à época, cobrou explicações da Subprefeitura do Ipiranga.
Na ocasião, a Subprefeitura havia informado que divulga frequentemente, nas redes sociais, no site e nos grupos, sobre os serviços de coleta de lixo, com orientações para que as pessoas realizem o descarte de lixo de forma correta.
Além disso, “há também a divulgação das datas em que o Cata Bagulho passa para retirar os descartes e os quatro eco pontos na região, onde os lixos podem ser despejados”.
O rapaz ouvido pela reportagem conta ainda que o escoamento de água para os bueiros fica prejudicado e há risco de acidentes quando a limpeza no local é malfeita e sobram restos de entulhos nas ruas. “Pior ainda quando os caminhões caçamba deixam metade na via, bem na curva”, disse.
Recentemente, uma operação de combate ao descarte irregular de lixo chegou a acontecer no bairro, mas, mesmo assim, não impediu de novos infratores praticarem a ação.
Athayde Junior é diretor do GEDEC-SP, da Defesa Civil, e também está preocupado com a situação alarmante do descarte irregular de lixo na região e da falta de atitudes dos órgãos públicos.
No dia que a reportagem esteve no local mencionado na matéria para conversar com ele, “limparam” o terreno, mas mesmo assim, a quantidade de lixos e pedregulhos ainda era visível.
“Estava cheio de entulho aqui, tudo amontoado, e todo mundo que passa aqui, liga para nós [da Defesa Civil] reclamando, porque está mudando o visual [atrapalhando]. O pessoal se incomoda e passa para a gente”, destacou Athayde.
O diretor destacou outro ponto de preocupação no local, relacionado às novas ocupações – barracos – que foram montados o que, de acordo com ele, tem aumentado em proporção. “Isso aqui logo-logo vai virar uma favela debaixo dessa ponte. Já está virando. Não estava assim”, frisou ele, preocupado com possíveis ocorrências que podem acontecer.
A reportagem entrou em contato com a Subprefeitura para saber se alguma ação será realizada no local, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
