Diagnóstico precoce do glaucoma previne a cegueira irreversível

Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, no dia 26 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS), reforça a importância do diagnóstico precoce da doença, considerada a segunda maior causa de cegueira irreversível no mundo. No Brasil, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), as estimativas apontam que mais de 1,7 milhão de pessoas devem ter glaucoma, sendo mais comum a partir dos 40 anos.
O glaucoma pode ocorrer em qualquer idade e surge em consequência do aumento da pressão intraocular, gerando a perda da visão pela destruição gradativa do nervo óptico, estrutura que conduz as imagens da retina ao cérebro. Dependendo do quadro do paciente, intervenções clínicas ou cirúrgicas podem suspender a progressão da doença, mas não são capazes de recuperar a parcela da visão já comprometida.
Entre os sintomas do aumento da pressão estão a redução da vista periférica, dores de cabeça e nos olhos, vermelhidão nos olhos, dificuldades para enxergar ou visão embaçada, pupilas aumentadas, fotofobia e até vômitos e náuseas. Mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), 80% dos casos de glaucoma não apresentam sintomas no início da doença, por isso é recomendada uma avaliação periódica com o oftalmologista.
Além da idade, outros fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes e histórico familiar de glaucoma devem ser levados em consideração na hora de buscar ajuda médica.
Embora seja uma enfermidade crônica que não tem cura, se o glaucoma for diagnosticado em fase inicial, o tratamento é mais eficiente e maiores serão as chances de evitar a perda da visão.
Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) oferece tratamento oftalmológico e desde 2021 implementou a Linha de Cuidado do Glaucoma, com estrutura adequada para a realização do diagnóstico precoce da doença e tratamento especializado aos pacientes. Mensalmente, são oferecidas cerca de 2.200 consultas relacionadas ao diagnóstico e acompanhamento de glaucoma.
O primeiro atendimento é feito na Unidade Básica de Saúde (UBS), onde os pacientes são encaminhados para os serviços de oftalmologia da rede, localizados nos Hospitais Dia (HDs), AMAs Especialidades, Ambulatórios de Especialidades (AMEs), os pacientes identificados pelo oftalmologista geral como “suspeitos para a doença” são encaminhados para prestadores de serviços habilitados pela SMS para o tratamento do glaucoma. Vale destacar que quando o glaucoma não está em um estágio avançado é possível fazer o tratamento utilizando colírios, oferecidos gratuitamente pela rede municipal, que ajudam a controlar a pressão do olho, evitando o agravamento do quadro.
O tratamento é contínuo e exige acompanhamento médico especializado para manter a visão do paciente. O trauma local e as infecções precisam ser tratados com colírios e outros medicamentos, aplicação de laser e até cirurgia. O médico especialista é quem fará o encaminhamento, se necessário, para os serviços habilitados para atendimento ao paciente com glaucoma, sob gestão municipal.