Preso político durante a ditadura quando tinha 23 anos e trabalhava em agência de propaganda em São Paulo, o publicitário Emílio Ivo Ulrich, hoje com 76 anos, está lançando em São Paulo, seu livro “Tortura não tem fim” (Editora Insular), um relato sobre a dramática experiência que viveu nas celas do Doi-Codi, do Deops e do Presídio Tiradentes.
Gaúcho, nascido em São Valério do Sul – RS, mas morando em Porto Alegre – RS, onde ainda garoto trabalhou como jornaleiro para sobreviver, Emílio Ivo foi presidente do grêmio estudantil do Colégio Protásio Alves e depois secretário de Propaganda na UGES – União Gaúcha dos Estudantes Secundários.
Desde cedo ativo militante da corrente democrática que combatia a ditadura, liderou passeatas de estudantes no final dos anos 1960 e foi algumas vezes detido pela polícia militar, que atuava na repressão. Em dezembro de 1968 graduou-se em Propaganda e se aproximou da luta clandestina do Exército Brancaleone, ALN – Aliança Libertadora Nacional e VPR – Vanguarda Popular Revolucionária, algumas das organizações armadas que enfrentavam o regime.
Mudou-se para São Paulo, indo morar com amigos na Baixada do Glicério, no Centro, onde acabou preso e torturado por agentes do Doi-Codi e do DOPS. Os detalhes que levaram a isso são contados no livro.
Mas o núcleo central do livro é a denúncia da tortura, adotada pela ditadura como um método de obter informações para derrotar as organizações da esquerda. Isso sempre foi negado pelo regime, mentindo.
O evento de lançamento ocorrerá no dia 09 de novembro, às 15: 00 hs, no Memorial da Resistência, Largo General Osório, 66, Centro, São Paulo/SP, onde Emilio Ivo se encontrará com os convidados no andar térreo, na cela 04, onde esteve preso à época, em seguida, subirá para o 3º. Andar para lançar seu livro.