Nossa Opinião

Dano incalculável

As manchas que estão poluindo praias do Brasil não atingem apenas as 138 áreas do litoral nordestino, mas todo o País. Relatório feito pelo Petrobras aponta que as manchas são mistura de óleos venezuelanos. Isso é muito grave e precisa ser seriamente investigado. A Petrobras trabalha com três hipóteses: navio afundado, acidente em passagem de óleo ou despejo criminoso.
Uma coisa é certa, o óleo não brotou de uma fissura no fundo do mar. Também está descartada a hipótese de que seja fruto da limpeza de um tanque de um navio.
A Petrobras trata as manchas como “alguma coisa extraordinária”. O que mais chama atenção é a extensão da área atingida e a duração da contaminação, que já tem mais de um mês. Diante da gravidade do caso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já pediu ajuda ao governo dos Estados Unidos para identificar a origem das manchas.
Além do impacto ambiental, que ainda está sendo calculado, os estados do Nordeste somam prejuízos imensos com a fuga de turistas, fonte de receita fundamental para a região. Foram afetadas praias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Alagoas, Sergipe e Bahia.
É preciso também destacar os riscos à população. O petróleo bruto é tóxico. Banhistas e pescadores não devem tocar ou mesmo pisar no material. Assim, é inevitável os prejuízos à captação de água nos rios da região para abastecimento da população.
Para os animais, os riscos são ainda maiores. Os animais marinhos podem ser afetados tanto pela ingestão da substância quanto pelo contato com líquido que gruda e compromete a locomoção.
Estamos diante de um desastre ambiental muito preocupante. Para piorar, não há sinais de que o avanço das manchas esteja retrocedendo. Em algumas praias, as manchas estão cada vez maiores. Sergipe, por exemplo, decretou situação de emergência e recomendou à população do Estado que não utilize as praias.
O governo venezuelano comandado por Nicolás Maduro deve satisfações mais do que urgentes ao Brasil. Não é possível dizer que todo o vazamento que atinge as praias do Nordeste tem a mesma origem, mas análises já realizadas em algumas manchas concluíram que se trata de material de origem venezuelana.
O presidente Jair Bolsonaro não descarta que óleo no Nordeste tenha sido ação criminosa. Qualquer conclusão nesse momento é precipitada, mas, independentemente, das justificativas que serão apresentadas pelos venezuelanos, o episódio reforça que está mais do que na hora de o governo investir mais em fiscalização. É o momento de aproveitar esta experiência e pensar preventivamente no planejamento de um amplo programa de monitoramento estratégico. O Nordeste é uma das regiões mais sensíveis do País quando o assunto é desastres naturais e precisa ser reparado pelos danos causados.

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