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Praça da cultura no Klabin distribui livros

São Paulo é uma megalópole com centenas de bairros. Difícil de administrar. Para isso, diversos projetos de manutenção e melhoria tramitam nas instituições públicas e privadas para dar andamento numa das maiores cidades do país. As praças, que na Grécia Antiga, por exemplo, serviam de suporte para ensinamentos e troca de pensamentos e ideias, ou seja, para o convívio, na capital, muitas delas estão em situação precária. Falta investimento e zeladoria.
É preciso suporte e interesse dos moradores dos bairros para reverter esse processo de deterioração. Vive-se um bairrismo por aqui. E projetos em que a população é a primeira a tomar inciativa direta tendem a dar certo. Como o caso da praça Monteiro dos Santos, no Jardim da Glória. Há um ano, ela foi recuperada por moradores da região e hoje serve desse suporte para o convívio e ensinamentos entre os frequentadores.
É uma praça média. Tem em torno de 800 metros divididos em duas partes, cortadas pela rua Leite Ferraz. Todas as árvores do local foram catalogadas e possuem placas de identificação. “A medida que colocamos em prática o projeto de revitalização foram surgindo parceiros como os a empresa ambiental que identificou e catalogou todas as espécies encontradas na praça”, comenta Suely Carvalho Pontes, idealizadora do projeto e moradora do bairro. Foi construído também um a espécie de palco em alvenaria e colocados vários bancos feitos de árvore para o espectador de um recital, por exemplo.
O mais interessante é que foram instaladas em dois pontos da praça duas casinhas pequenas suspensas que abrigam livros. O frequentador pode realizar empréstimos e fomentar a leitura e a solidariedade. A devolução é no mesmo local sem prazos. “São projetos muito interessantes pois a prefeitura não consegue cuidar de tudo”, comenta Marcia Regina de Souza, enfermeira e moradora da região. “O paulistano não tem muita opção de lazer, acredito. Essa praça, por exemplo, agregou valor aos moradores. Hoje é possível se reunir e tomar um café nela”, completa.
Lendo na praça
Essas ideias fazem parte do projeto Lendo na Praça em parceria com as escolas Iepa e Pequeno Aprendiz, ambas na região. É administrado pelas moradoras Suely Carvalho Pontes e Beatriz Costa. Tem como objetivo justamente esse, o de incentivar a literatura infantil, cuidados ambientais e ocupação consciente de espaço público. É claro que atinge outros nichos e agrega conteúdo aos mais diversos visitantes. “É incrível porque cria-se vínculos entre os frequentadores. Sentimos que há uma curadoria do bairro, as famílias estão mais dispostas a acordar, por exemplo, ir até a praça. Virou um hábito”, diz Paula Ferreira, diretora da escola Pequeno Aprendiz.
A escola em que Paula trabalha e é parceira do projeto realiza passeios com as crianças regularmente nos arredores, o que inclui a praça. “Eles leem, ouvem histórias, ficam um pouco mais em contato com o verde, com a natureza”.
O projeto é interessante mas nem tudo é celebração. Na nossa reportagem, vimos em pontos da praça jardim por fazer e alguns restos de podas jogadas ao relento. Mas as casinhas estão lá, junto com o palco e as cadeiras, para fomentar cultura por meio do convívio, da solidariedade e da amizade. Suely já a visa de antemão uma reunião no próximo dia 21 de maio para a montagem de um novo brinquedo infantil com material reciclável.
Para conhecer um pouco mais desse projeto acesse @lendonapraca no Instagram ou faça uma vista. Ela fica na rua Dionísio da Costa com a Leite Ferraz, próximo ao metro Vila Mariana.

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