Coronavírus começa a parar São Paulo
O prefeito em exercício de São Paulo, Eduardo Tuma, a pedido do prefeito Bruno Covas, determinou na sexta-feira (13) o cancelamento de todos os eventos promovidos pelo Poder Público municipal que gerem aglomerações de pessoas, tais como eventos esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais. A medida está sendo adotada por tempo indeterminado para prevenir riscos de transmissão direta do Covid-19. Para eventos privados, com mais de 500 pessoas, a recomendação é que eles também sejam suspensos.
A Prefeitura também decidiu suspender as aulas nas escolas municipais, de maneira gradativa até o dia 23. A partir desta data, as aulas serão suspensas por tempo indeterminado. Não se recomenda que esses alunos fiquem com avós, já que a população idosa é a de maior risco.
Na área dos transportes, a Prefeitura determinou que os terminais de ônibus disponibilizem álcool gel nos espaços públicos e administrativos. Será obrigatória a divulgação de mensagens sonoras de prevenção nesses terminais, bem como destinados locais para que agentes de saúde possam oferecer informações aos usuários. Nas empresas, a Prefeitura recomenda a limpeza/higienização total dos ônibus, em especial nos pontos de contato com as mãos dos usuários e também no sistema de ar condicionado.
Outra determinação envolve os Centros Esportivos da administração direta. Eles estarão abertos para o público, mas sem a realização das atividades esportivas programadas. Jogos, torneios, campeonatos, aulas etc não serão permitidos.
Os servidores dos Centros Esportivos também deverão orientar os munícipes que frequentam os equipamentos públicos a não praticarem atividades em grupo. Aglomerações devem ser evitadas.
Na área da cultura, todos os eventos promovidos pela Secretaria Municipal da Cultura, incluindo aqueles que ocorrem nos equipamentos culturais municipais, serão adiados por tempo indeterminado, como forma de evitar a aglomeração de pessoas e o risco de disseminação do novo coronavírus. Os equipamentos, porém, permanecerão abertos e com os horários de funcionamento normais.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente também suspendeu, por tempo indeterminado, eventos promovidos por sua iniciativa nos Parques Municipais, com a finalidade de evitar grande aglomeração de pessoas. Quanto aos eventos propostos por empresas privadas e do Terceiro Setor, foram adiados por inciativa dos próprios proponentes.
Os administradores dos parques já orientam os frequentadores sobre o coronavírus e cartazes de alerta, orientação e prevenção serão afixados em todos eles a partir da próxima semana.
Shoppings fecham as portas até abril
Os shoppings de São Paulo e da região metropolitana irão baixar as portas até 30 de abril por decisão do governador João Dória (PSDB). A medida é mais uma tentativa de frear o avanço da pandemia de coronavírus e não vale para os centros comerciais do interior e do litoral paulista. O Estado tem o maior número de casos confirmados: 164 e uma morte.
Os shoppings terão até segunda-feira (23) para encerrar as atividades pelo período determinado. “São medidas preventivas que estamos adotando em relação ao comércio”, explicou Dória. “Neste momento, a determinação é exclusiva aos shoppings centers”, ele acrescentou. Na véspera, a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) havia anunciado que os estabelecimentos funcionariam das 12h às 20h, como medida para evitar a proliferação do novo coronavírus.
Durante entrevista coletiva, o governador também determinou o fechamento de academias de ginástica, que terão até domingo (22) para a suspensão das atividades. A decisão de Dória foi semelhante à do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que já havia recomendado que as lojas de shopping – com exceção de farmácias e supermercados – fossem fechadas, assim como as academias.
A Alshop e a Associação Brasileira de Shoppings Center (Abrasce) não se posicionaram imediamente quando questionadas sobre a determinação do governo do Estado.
A secretária de desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen, anunciou que o governo deve liberar uma linha de crédito de R$ 500 milhões para os setores de turismo, economia criativa e o comércio, entre eles restaurantes. O crédito será liberado via Desenvolve SP e Banco do Povo. O governador entende que esses setores são os mais afetados pela pancemia.
Dória informou na coletiva que as farmácias irão aplicar gratuitamente, a partir do dia 13 de abril, a vacina de gripe, que previne contra o influenza. A campanha de vacinação contra o influenza começa na segunda (23) nos postos de saúde.
A estimativa do governo do Estado é de que até mil farmácias ligadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) irão participar da campanha. A vacina contra a gripe não protege contra o novo coronavírus, mas os médicos destacam que é importante que a população esteja imunizada contra a gripe comum para facilitar o diagnóstico do novo vírus.
Bolsonaro decreta “calamidade pública”
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na terça-feira (17) que irá pedir ao Congresso que reconheça o estado de “calamidade pública” até o final do ano, o que permitirá aumentar o limite de gastos para enfrentar a pandemia do coronavírus. A decisão foi transmitida à população pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
“Em virtude do monitoramento permanente da pandemia Covid-19, da necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectivas de queda da arrecadação, o Governo Federal solicitará ao Congresso Nacional o reconhecimento de Estado de Calamidade Pública”, informou a nota.
A medida terá efeito até 31 de dezembro de 2020, segundo desejo do presidente. O reconhecimento do Estado de Calamidade Pública tem suporte no dispositivo no artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e dispensa a União de observar a meta de resultdo fiscal prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e, em conseqüência, da limitação de empenho prevista na LRF.
O texto da Secom reafirma o compromisso de Bolsonaro com “as reformas estruturais necessárias para a transformação do Estado brasileiro, para a manutenção do teto de gastos como âncora de um regime fiscal que assegure a confiança e os investimentos para recuperação de nossa dinâmica de crescimento sustentável”.
O governo previa um déficit de R$ 124,1 bilhões no orçamento de 2020 antes da pandemia, e a austeridade fiscal é a principal bandeira do ministro da Economia, Paulo Guedes. O Brasil, com 210 milhões de habitantes, registrou até quarta-feira (18) uma morte e 290 casos confirmados de coronavírus.
Coronavírus: Quando devo procurar uma unidade de saúde?
Os postos de saúde são a porta de entrada para o cidadão. Estudos indicam que 90% dos casos de Covid-19, também conhecido como Coronavírus, são mais leves, como os de um resfriado ou uma gripe, e podem ser consultados nos postos de saúde.
Os coronavírus humanos comuns causam infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Os sintomas podem envolver coriza, tosse, dor de garganta e febre. Esses vírus algumas vezes podem causar infecção das vias respiratórias inferiores, como pneumonia. Esse quadro é mais comum em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido ou em idosos.