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Cia. de Teatro Heliópolis coloca em cena as duas faces da justiça

A Companhia de Teatro Heliópolis apresenta a montagem (IN)JUSTIÇA até 19 de maio, na sede do grupo, a Casa de Teatro Maria José de Carvalho, no Ipiranga. A encenação é dirigida por Miguel Rocha, fundador e diretor do grupo e Evill Rebouças assina o texto que foi criado em processo colaborativo com a Companhia.
(IN)JUSTIÇA é um ensaio cênico, guiado pela pergunta ‘o que os veredictos não revelam?’, que reflete sobre aspectos do sistema jurídico brasileiro. Para isso, o grupo conta a história do jovem Cerol que, involuntariamente, pratica um crime. A partir daí, surgem diversas concepções sobre o que é justiça, seja a praticada pelo judiciário ou aquela sentenciada pela sociedade.
Permeado por imagens-sínteses e explorando a performance corporal, o espetáculo coloca em cena a complexidade da justiça no país, deixando a plateia na posição de júri em um tribunal. O embate entre os dois lados da justiça, da vítima e do criminoso, se estabelece em um jogo que expõe com originalidade a crua realidade dos jovens pobres e negros.
A história de Cerol é contada de forma não linear. Exímio empinador de pipas, ele vive com sua avó, pois a mãe morreu no parto e o pai, assassinado. Depois de uma briga por conta do alto volume da música na vizinhança, Cerol foge e acaba disparando involuntariamente um tiro em uma mulher, que morre em seguida. Ele acaba preso e é submetido ao julgamento da lei e da sociedade.
“Queremos pensar o homem negro e a justiça, desde a nossa origem até os dias de hoje”, afirma o diretor Miguel RochaSegundo ele, os três pontos de vista sobre justiça – “o pessoal, o divina e o do homem” – são considerados, bem como a máxima que diz “só quem passou por uma injustiça sabe o que é justiça”.
(IN)JUSTIÇA nasceu de um longo processo criativo, iniciado em fevereiro de 2018, disparado por encontros dos integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis com pensadores ativistas. Os convidados foram Viviane Mosé (filósofa), Gustavo Roberto Costa (promotor de justiça), Ana Lúcia Pastore (antropóloga) e Cristiano Burlan (cineasta), tendo Maria Fernanda Vomero (provocadora cênica, jornalista e pesquisadora teatral) como mediadora. Horários: sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h. Ingressos: Pague quanto puder. Duração: 90 minutos. Classificação: 14 anos. Rua Silva Bueno, 1533.

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