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Mais uma denúncia de racismo contra o vereador Camilo Cristófato. Agora do Ministério Público

Afastado da Câmara Municipal por licença médica de dez dias por ter contraído Covid-19, o vereador Camilo Cristófaro (Avante) foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de injuria racial e ameaças. Camilo também já é investigado pela Polícia Civil e responde a processo de cassação na Corregedoria da Câmara Municipal por ter, durante sessão virtual o dia 3 de maio, dito a frase “é coisa de preto”. O vereador Camilo Cristófaro tem sua base eleitoral no Ipiranga.
Desta vez a denúncia contra o vereador foi apresentada pela auxiliar de enfermagem Dilza Maria Pereira que, em boletim de ocorrência, afirmou ter sido xingada pelo vereador de “negra safada” e “ladra”. Durante as investigações 8 testemunhas prestaram depoimento confirmando as denúncias da auxiliar de enfermagem.
A denúncia contra o vereador foi protocolada pelo Ministério Público no Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 9, quinta-feira. Nela o promotor Bruno Orsini Simonetti, do Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância) pede que o vereador perca o cargo público e pague uma indenização, caso seja condenado, a vítima.
Nas declarações prestadas à polícia pela auxiliar de enfermagem, ela relata que estava trabalhando na Associação dos Recicladores do Parque do Gato, na região do Bom Retiro, quando foi abordada pelo vereador que teria dito a frase “negra safada, que está roubando a comunidade no valor de R$ 4.000 por mês por pessoa”, “negra traficante”, “safada, bandida”, e “negra golpista e oportunista”. Essas declarações de Dilza foram feitas através do um boletim de ocorrência eletrônico e confirmadas no inquérito policial. Segundo declarações da auxiliar de enfermagem à polícia, os fatos ocorreram num terreno localizado na avenida Presidente Castelo Branco, altura do 5.200, onde funcionava a associação. A Prefeitura de São Paulo já havia noticiado à associação para desocupar o terreno ou apresentar defesa em 15 dias.
Na denúncia, que não tem segredo de justiça e pode ser consultada por qualquer cidadão mediante solicitação com a apresentação de um documento de identidade original, o promotor escreve que o vereador teria dito que “Eu sou sobrinho do subprefeito da Sé que está vindo aí te prender”. Ainda de acordo com o promotor, “As injúrias racistas e a ameaça levaram a vítima, amedrontada, a fugir do local. As condutas típicas foram praticadas na presença de, ao menos, sete pessoas que frequentavam a associação, tornando o dano à honra grave”, de acordo com a denúncia do promotor de Justiça.
Segundo relatório das investigações, o vereador Camilo Cristófaro ignorou as intimações para prestar esclarecimento. Caso venha a ser condenado, o vereador Camilo Cristófaro poderá receber uma pena de um a três anos de reclusão e multa pelo crime e de injúria racial e de seis meses a dois anos de reclusão pelo crime de ameaça.

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11 Comentários

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