União Mútua completa 89 anos com muito futebol
Uma das agremiações mais antigas da várzea de São Paulo, o União Mútua FC completa na sexta-feira (24) 89 anos de história e de lembranças dos áureos tempos do futebol amador na Vila Carioca. A celebração da data será no domingo (26), com o jogo dos veteranos, já tradicional na região, e uma churrascada regada a pagode na sede do “Gigante do Bairro”.
Mais que festejar o aniversário de 89 anos, diretoria, jogadores, associados e simpatizantes do Mútua só pensam em comemorar a boa administração do presidente Ricardo Luís Forte. Ele assumiu com o clube quase em estado de falência e, em pouco tempo, pôs as contas em dia. “Falta apenas acertar as dívidas com a Prefeitura, referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), mas com certeza isso será feito”, ele garante.
Presenças já confirmadas na festa são as do ex-quarto-zagueiro, Roda, apelido de Eugênio Carlos, e do ex-presidente e hoje uma espécie de guardião do clube, Armando S. dos Santos, o Mascotinho. Roda defendeu por 47 anos as cores do Mútua, totalizando 2.320 partidas. Foi também campeão varzeano em 1978, derrotando na final o time da General Motors, e em 1999, quando venceu o Clube Atlético Ypiranga (CAY). Mascotinho é conselheiro vitalício e, segundo Forte, “tem as chaves do clube, porque é um companheiro de inteira confiança”.
O Mútua foi fundado em 24 de maio de 1930, tempo em que a várzea de São Paulo era um celeiro de craques. O clube revelou vários jogadores para o profissionalismo, entre os quais Michel, meia que atuou no Coritiba e no Japão; Pedro Paulo, zagueiro com passagem pelo Santos; e o meia Paulo Isidoro, que brilhou em vários clubes brasileiros. Mas, em razão de péssimas administrações, o “Gigante do Bairro” caminhava a passos largos para a falência. Imóveis pertencentes à agremiação foram vendidos e o dinheiro não foi para o caixa.
“A situação era terrível”, avalia o presidente. “Tivemos de recorrer a patrocinadores e fazer uma engenharia financeira pra colocar as contas em dia. Isso contrariava a política adotada há décadas pelo clube, mas era o único caminho a seguir”, ele comenta. “Planejamos pôr em dois anos as finanças no azul e conseguimos em menos de um ano”, diz ele, sem esconder a alegria em ver o clube que acompanha desde a infância.