Seleção não tem dono
A seleção brasileira começou bem a Copa do Mundo do Catar, com duas vitórias em dois jogos contra Sérvia e Suíça. A boa campanha empolga a torcida e milhões de brasileiros voltaram a vestir a camisa da seleção e a pendurar a bandeira do Brasil nas janelas sem qualquer tipo de conotação política. Como sempre foi, antes desses dois bens da nação terem sido “sequestrados” por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
É inadmissível que a bandeira nacional seja associada a um político, assim como a seleção brasileira ser utilizada como sinal de patriotismo exclusivamente em época de campanha eleitoral. Evidentemente que a Copa não serve para unir um país tão dividido como o Brasil, mas é inegável que o Mundial no Catar (antes mesmo de terminar) já deixou como legado a retomada da camisa da seleção e da bandeira nacional por toda a população, independentemente de partido político.
É bonito ver ruas cobertas de desenhos alusivos à Copa do Mundo. Vizinhos reunidos para pintar o asfalto com ilustrações da bandeira do Brasil, do mascote da Copa, e de craques do futebol do brasileiro.
Quando chega época de Copa do Mundo, a verba para a compra das tintas é feita por arrecadação. A turma se reúne, se organiza, faz uma vaquinha e passa o fim de semana juntos pintando cada detalhe. Isso é democracia!
Em dia de jogo do Brasil, a sensação é como se a Copa do Mundo estivesse no DNA dos brasileiros. Isso serve até para aquecer a economia. Para servir os milhões de torcedores que resolvem assistir aos jogos na rua, os bares e centros comerciais ficam abertos. Cercados de televisões e gritaria, as vendas não param. Com a bola rolando ao fundo, cervejas, petiscos e pratos saem dos balcões a todo momento para as mãos dos clientes. A venda de refeições, bebidas e churrasquinho é muito maior.
Entre os torcedores, o clima de Copa do Mundo é de muita festa, animação e expectativa. A classificação para as oitavas de final da Copa garante um jogo mais para esquentar o comércio e as caixas registradoras das lojas, bares e restaurantes. Ganha o Brasil, ganham todos.
Dentro de campo, mesmo com a situação de Neymar ainda indefinida por causa da lesão no tornozelo direito sofrida pelo craque, o Brasil tem amplas condições de ir longe nessa Copa. As opções que existem para substituir ausências importantes, como a de Neymar, são fruto do trabalho realizado pelo técnico Tite nos últimos quatro anos, desde a Copa da Rússia. Há, hoje, um leque de opções porque foi feito um processo de quatro anos de construção.
É claro que Neymar, em um momento mágico, dribla e clareia uma jogada. O camisa 10 tem essas qualidades, mas o Brasil, felizmente, possui atletas que podem dar conta do recado.
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