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Remoção deixa famílias preocupadas

Na segunda-feira (3) a Prefeitura Regional do Ipiranga removeu 331 famílias da Gleba L2 em Heliópolis. No total serão desalojadas cerca de 587 famílias o que está causando preocupação em quem ficou no terreno aguardando a segunda fase da remoção. Os moradores afirmam que não estão se negando a sair, mas querem ir direto para uma unidade habitacional. “Tenho uma mercearia e moro aqui. Com a remoção perderei a minha casa e o sustento da minha família. Nesta crise perder o emprego e o teto é um baque”, enfatizou Ariel Araújo de Jesus.
Outro questionamento dos moradores é referente ao processo de remoção. Ao procurar o setor de habitação e solicitar o número do processo, o morador Steven Araújo de Jesus ficou mais preocupado. “Fui informado que não havia processo para as remoções e que o jurídico iria entrar em contato comigo. Então todos aqueles que saíra deixaram suas casas com qual garantia? E qual garantia terei quando chegar minha vez?”, indagou o morador.
“Casa no chão dinheiro na mão”. Essa frase também foi dita na reunião com os moradores, mas de acordo com as famílias, não vem se cumprindo. “Tive meu barraco removido e até agora não recebi o auxílio aluguel. Estou morando de favor. A resposta que tive é que está em análise”, lamentou José Nivaldo do Nascimento.
A família de Suzi Silveira do Carmo, mora no local há cerca de 11 anos, e no ano de 2015 foi incluída no cadastro habitacional organizado na época pela Prefeitura. A moradora se diz indignada com a remoção das famílias e fez um abaixo assinado em oposição a remoção. “Recolhemos assinaturas que serão entregues a SEHAB. Não tivemos acesso ao termo de compromisso e muito menos ao número do processo de remoção. Podemos esperar a construção das unidades habitacionais e sair daqui direto para esses apartamentos. Não queremos ficar anos na fila da habitação sem condições de pagar um aluguel”, finalizou.
Em resposta a Secretaria de Habitação informou que “as famílias ocuparam de forma irregular o entorno de um conjunto habitacional construído há décadas pela Cohab e se encontram em situação de risco iminente pela proximidade com rede de subtransmissão de energia elétrica e faixa de oleoduto da Petrobrás, assim como risco de incêncio em função da precariedade da construção das moradias. Além disso, a área apresenta alto grau de contaminação, comprovado por órgãos ambientais e também pelo próprio Ministério Público, que solicitou providências efetivas para solução do problema. Diante dessa situação, a Sehab e Cohab-SP iniciaram um plano de ação para atendimento habitacional das 640 famílias identificadas na ocupação em situação de vulnerabilidade. Foram realizadas reuniões com as famílias no sentido de esclarecer as ações do município, com desfazimento e atendimento habitacional. As famílias foram incluídas no programa de atendimento habitacional respeitando os critérios da política habitacional do município. Não há atraso no pagamento do benefício e todas as famílias que apresentaram a documentação já receberam. Para todas as famílias, o município ofereceu desde o início a rede de acolhimento em abrigos próximos.”

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