Aprovado e aguardando sansão do prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, o PL 110/2024, viabilizará a sessão de uso da área da Associação Brasil Parkinson para 20 anos, renovados por mais 20, totalizando 40 anos de concessão.
A estratégia é, através disso, possibilitar condições para parcerias mais duradoras e certeiras com empresas e também em conjunto com a Prefeitura. Até então, o prazo de concessão da ABP era indeterminado, através do qual possíveis contratos de parceria podem ser rompidos a qualquer hora, o que dificultava a chegada de outras entidades para participar de suas ações ou atividades.
“Nós queremos impulsionar, através da Secretaria da Saúde, para expandir esse serviço [da Associação] que é de fundamental importância. É a Associação mais importante do Brasil e vai ser a maior Associação de Parkinson do mundo. Nós vamos trabalhar para isso”, contou à reportagem, o vereador Aurélio Nomura, autor do Projeto de Lei.
Aurélio esteve na Associação, junto com o Conselheiro Domingos Dissei e o Subprefeito do Ipiranga, Decio Oda, para um encontro com atuantes e frequentadores.
Nomura doou, ainda, verbas para reformas da parte elétrica da Associação, com a chegada de ar-condicionado e outros equipamentos, e também para viabilizar a maior acessibilidade do local. “É de fundamental importância. Nós temos alguns parentes que tem Parkinson, a gente vê o sofrimento e infelizmente é uma doença que não tem cura. Ela vai degradando cada vez mais a pessoa. E quando ficamos sabendo através do Dissei da importância, da demanda que nós tínhamos, imediatamente abraçamos”, disse ainda, o vereador.
A reforma “elétrica” já está finalizada e os serviços para acessibilidade deverão ser concluídos até novembro. “A gente pediu, ele [Aurélio] nos apoiou. Ele reconheceu o valor do nosso trabalho, então, isso dá ânimo para a gente continuar, ver que está no caminho certo”, destacou Erika Tardelli, fisioterapeuta e presidente da Associação Brasil Parkinson.
Tardelli destacou, ainda, a importância da presença das autoridades na comunidade, vendo os agradecimentos e depoimentos dos frequentadores da Associação, falando de suas benfeitorias. “Acho que é importante quando eles vêm na comunidade e veem as pessoas agradecendo e falando do valor da instituição. Então, isso acho que foi fundamental para valorizar o que a gente faz, nos dar força para continuar, conseguir atender mais pessoas, ampliar o nosso trabalho”, expôs.
Seu sonho é, futuramente, conseguir atender ao SUS para poder atingir quem “realmente mais precisa”. Através de uma concessão mais sólida e das falas de Nomura, Erika consegue ver esse desejo viável.
“Hoje em dia a gente não tem aqui aquele que é usuário SUS, que é o que mais precisa do serviço. Então, nosso sonho é esse e esse é o primeiro passo: a gente precisava de uma concessão sólida para conseguir fazer essas parcerias”, frisou Tardelli.
Ela explicou, ainda, que para conseguir o convênio com o Serviço Único de Saúde, é preciso ter o selo de prédio acessível, destacando a importância das contribuições do poder público para realização das obras, além da permissibilidade de novos convênios com empresas.
Samuel Grossmann, 90 anos, é marido de Marylandes Grossmann, fundadora da Associação Parkinson e falou com a reportagem sobre a importância do local e dessa ação dos vereadores e da Prefeitura para ele.
“Eu digo que é a obra da minha vida [a Associação]. Essa Associação, para mim, é símbolo da minha vida. A Associação começou na minha casa, mas estava muito “congestionada”, então conseguimos esse terreno e fizemos essa construção. Naquela altura, nós tivemos apenas uma sessão de uso [concedida pelo então prefeito Jânio Quadros]. E agora o vereador conseguiu a concessão de uso por quarenta anos. Então, a atuação do vereador Nomura é muito importante para trazer tranquilidade para realizar as atividades”, informou o idoso.
Mais sobre a Associação Brasil Parkinson
Idealizada por Marylandes Grossmann, parkinsoniana, aos 43 anos de idade, em dezembro de 1985, a Associação Brasil Parkinson que completa 38 anos de existência, é pioneira na América Latina e atende exclusivamente pessoas portadoras da doença, oferecendo atividades orientadas por profissionais capacitados em diversas áreas.
Nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, educação física, dança sênior, coral e grupo de apoio psicológico ao cuidador, são algumas das especialidades que trabalham com quem tem a Doença de Parkinson na Associação.
A casa também trabalha em outras frentes, como a fisioterapia, área considerada indispensável aos pacientes. Os atendimentos são diários, individualmente ou em grupo. Também são oferecidas atividades de oficina de artes como pintura, artesanato e origami, que são especialmente voltadas para melhorar a coordenação motora do parkinsoniano.
A ABP promove palestras periódicas, reuniões, eventos comemorativos e sociais. Edita informativos, manuais de orientação e a Revista Beija-flor.
Através de convênios com universidades, a fisioterapia e a fonoaudiologia oferecem estágios e cursos especializados em todos os níveis da formação acadêmica.
A Associação Brasil Parkinson está localizada na Av. Bosque da Saúde, 1155; tem o título de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, e é considerada de fins filantrópicos pelo Conselho Nacional de Assistência Social e não tem fins lucrativos.
Para participar das atividades da Associação e se tornar um associado, o paciente precisa, apenas, de um encaminhamento do médico neurologista, dizendo que a pessoa tem doença de Parkinson, com o diagnóstico atestado e o CID (Classificação Internacional da Doença).
O espaço, também conta com atividades para os familiares e cuidadores dos acometidos de Parkinson.