Os sindicatos do metrô, CPTM e também da Sabesp decidiram entrar em greve na terça-feira (28), afetando grande parte dos paulistanos que dependem dos seus serviços. O motivo, seria novamente a contrariedade ao projeto do Governo do Estado de São Paulo de privatizar estes serviços públicos.
Na região do Ipiranga, a movimentação na Estação Sacomã estava mais tranquila, mas, aqueles que ainda tinham um pouco de esperança e foram à porta das estações aguardar algum posicionamento, ficaram ainda mais frustrados.
Daniel Alves, de 34 anos, iria utilizar o metrô no Sacomã para visitar sua filha, que mora em Mauá, depois se deslocar até o serviço. Com a paralização, ficou de mãos atadas e sem saber o que fazer.
“A greve atrapalha muita gente. O pessoal fica na rua e o patrão não quer saber. Atrapalha a minha vida e a dos outros. No decorrer do dia, como vou fazer? ”, destacou Alves sobre as paralizações.
A alternativa, foram os ônibus, que ficaram mais lotados do que o convencional. A Estação Alto do Ipiranga estava funcionando, mas somente até a estação Clínicas.
Isabele dos Santos Silva, de 16 anos, mora no Jabaquara, trabalha como estagiária na região do Sacomã e utiliza o metrô para se deslocar ao seu destino. Aprendendo agora a andar sozinha, com a paralização, teve que se virar e pegar um ônibus. Sua maior preocupação, era a volta para casa ao final do expediente.
“Isso me afetou bastante, porque eu estou aprendendo a andar sozinha. Tive que acordar muito cedo para poder vir para cá, porque na minha rua, o ônibus demora muito e eu só sabia vir para cá de trem”, afirmou Isabele. “Estou pensando em como voltar, sem saber onde estou”, completou a menina.
“Tem gente que depende de trem, que nem eu. Minha vó é faxineira e precisava vir para o Sacomã também, só que não tinha como ela vir de ônibus. Então, ela acabou perdendo o dia e vai ser descontado dela. Isso é muito ruim para quem não consegue ir de trem”, frisou Isabele.
Através de nota, os sindicalistas afirmaram que deram três alternativas ao Governo para que a paralização não acontecesse, dentre elas, a realização de um plesbicito oficial sobre a privatização dos serviços públicos. O governo, segundo eles, não teria aceitado nenhuma das três.
Em um boletim divulgado de manhã, o Governo taxou a greve como “abusiva e política”, alegando que o não funcionamento dos serviços pode deixar milhões de passageiros sem acesso ao transporte sobre trilhos e provocar perdas de cerca de R$ 60 milhões ao comércio nesta terça-feira (28).