“O Primo Basílio” foi sucesso em 1988, na tela da Globo
“O Primo Basílio” foi uma minissérie baseada no clássico de Eça de Queiroz (1845-1900) e escrita por Gilberto Braga e Leonor Bassères; dirigida por Daniel Filho, retratou a burguesia portuguesa do Século XIX e tinha como pano de fundo uma traição, fruto de um amor proibido, que culminou em várias tragédias. A produção foi exibida originalmente em 1988, pela Rede Globo e em 2013 reprisada na TV paga, no Canal Viva.
A história da trama girava em torno de Luísa (Giulia Gam), que na adolescência namorou seu primo, Basílio (Marcos Paulo). Só que o rapaz veio para o Brasil fazer fortuna, e, com o passar do tempo, terminou o namoro. Três anos depois, ela se casou com o engenheiro Jorge (Tony Ramos), de ótimo caráter. Mas, a vida de esposa dedicada é posta em cheque quando Basílio volta a Lisboa e começa um tórrido romance com a prima, na casa dela, enquanto Jorge viaja a trabalho.
O caso proibido, porém, se tornou um prato cheio para a rancorosa empregada Juliana (Marília Pêra), que descobriu toda a história entre os dois e começou a ameaçar Luísa. A megera tinha como mentora Tia Vitória (Zilka Salaberry), cafetina chegada a maldades e a pequenos golpes. Começava, então, o calvário da protagonista, que não apenas cedeu às chantagens, como virou serviçal de Juliana. Luísa, influenciada pela amiga Leopoldina (Beth Goulart), chegou a pensar em se prostituir e se entregar ao banqueiro Castro (Fábio Sabag) em troca de dinheiro. Na hora H, revoltada com o assédio, ela deu uma surra de chicote em Castro.
A minissérie teve momentos marcantes, como quando Juliana revelou a Luísa que estava em posse das cartas de amor trocadas pela patroa e pelo amante. Outro destaque ficou por conta da cena em que Jorge descobre, sofre e acaba perdoando a traição da mulher, que já está definhando. Como o próprio Eça de Queiroz definiu o seu romance: “‘O Primo Basílio’ é um trabalho realista – talvez um pouco violento e cru”.