No verão, amplie o alerta para a leptospirose
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alerta para o risco de contaminação por leptospirose no período de chuvas. A doença é transmitida pela urina de animais infectados, como ratos e camundongos, mais frequentemente através do contato indireto com água contaminada pela bactéria. Assim o período de chuvas, que geralmente se concentra entre dezembro e março, e as consequentes inundações que podem ocorrer, propiciam a disseminação e facilitam a ocorrência de casos.
A leptospirose é uma doença infecciosa febril, capaz ter de quadros leves até formas mais graves, que podem provocar a morte. É causada por uma bactéria do gênero Leptospira, presente na urina de roedores. A contaminação se dá por exposição direta à urina de animais infectados, ou, de forma mais frequente, através do contato indireto, com água contaminada pela bactéria, que penetra através da pele lesionada ou até da pele integra, imersa por longos períodos em água contaminada. Há ainda a possibilidade de contaminação através das mucosas.
“As principais situações de risco para adquirir a doença são o contato com água ou lama de enchente, limpeza de córregos ou de bueiros ou ainda de locais onde há a presença de roedores, como no lixo”, enfatiza Vivian Ailt, do Núcleo de Doenças Transmitidas por Vetores e outras Zoonozes da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
A Covisa faz o monitoramento e controle de roedores em áreas programadas, espalhadas por todo o município, por meio do Programa de Vigilância e Controle de Leptospirose e Roedores do Município de São Paulo. Normalmente são locais próximos a córregos ou beira de córregos, tratando tocas e bueiros, sempre na via pública.
“São feitas orientações por meio de atividades de casa a casa a munícipes que moram nestas localidades e estão mais expostos. Lembrando sempre da importância de se evitar condições favoráveis à proliferação de animais sinantrópicos (aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito de sua vontade, como ratos, abelhas, aranhas, carrapatos, escorpiões e pombos, entre outros), não deixando disponíveis itens como água, alimento, acesso e abrigo”, ressalta Eduardo de Masi, biólogo do Núcleo de Vigilância, Prevenção e Controle de Fauna Sinantrópica da Covisa.
Em 2018 foram confirmados 128 casos de leptospirose na cidade de São Paulo, com 17 óbitos, contra 180 casos que levaram 26 pessoas à morte no ano anterior. Considerando os últimos dez anos, a queda foi acentuada.Em 2009 foram registrados 293 casos com 45 falecimentos.
“O histórico de casos na capital retrata um cenário geral de queda, porém, a população precisa estar alerta e tomar os cuidados necessários para evitar a contaminação. Caso apresente algum sintoma pós exposição à água da enchente ou alguma outra situação de risco, deve procurar um serviço de saúde e informar este contato”, complementa Ailt.