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Estacionamento do Museu fecha para início da reforma

As obras de ampliação e restauro do Museu Paulista Da Universidade de São Paulo (USP) estão para começar. A contagem regressiva foi anunciada pelo fechamento do estacionamento interno do Parque Independência, na quarta-feira (16), para a montagem do canteiro de obras de modernização do edifício monumento.

No espaço interditado, que era aberto ao público, só entrarão carros autorizados. O local vai acolher os diversos funcionários que devem circular pelo Museu neste longo período de obras. A circulação deve aumentar significativamente nos próximos dias, principalmente no começo de novembro, data prevista para início do restauro.

A interdição não deve afetar o trânsito local. O estacionamento com capacidade para 50 veículos será o ponto de embarque e desembarque dos caminhões que vão transportar os materiais utilizados e também retirar todo o resíduo que será descartado com o decorrer da obra.

O usuário do Museu não será pego de surpresa. Uma faixa informando sobre o fechamento do local foi fixada no portão com antecedência. Cones e uma fita listrada amarela e preta sinalizam que a área está reservada. Ainda segundo o Museu Paulista, durante o restauro, será montado um estande para informar o público sobre o andamento do trabalho.

Cláudio Martins é frequentador assíduo do Museu, mesmo com as portas fechadas, o rapaz costuma caminhar diariamente no entorno do prédio histórico. Ainda sem acreditar que as obras terão início, Martins festeja o primeiro passo. “Será um sonho realizado, e finalmente, eu começo a acreditar que agora é pra valer”, diz.

Ao entrar no Museu Paulista, o cenário se assemelha a um canteiro de obras, ainda sem o movimento corriqueiro de engenheiros e construtores. Mesmo fechado há seis anos, o Ipiranga continua contribuindo para a formação de alunos e professores. E, curiosamente, continua adquirindo novas peças. É o que revela a dissertação de mestrado feita por Leonardo da Silva Vieira, que investiga a política de aquisição de acervo de 1990 a 2015. Desde o fechamento do museu, em 2013, as obras adquiridas foram transferidas para a reserva técnica, junto com as antigas.

O crescimento do acervo é uma das justificativas para as reformas, afirma Cecília Helena de Salles, docente sênior e diretora do Museu até fevereiro de 2012. “A medida em que avançamos no tempo, o museu precisa recolher coleções e registros para a posteridade”.

Do modo como está hoje, o Ipiranga não atende pessoas com mobilidade reduzida ou com deficiência visual, o que contrasta com outros espaços culturais da cidade de São Paulo.

Apesar da interdição das visitas por causa da reforma, ainda é possível desenvolver projetos com o acervo. Atualmente, os interessados em pesquisar os arquivos textuais ou iconográficos devem agendar a visita a um dos espaços de reserva técnica, nas proximidades do prédio.

Leonardo Vieira, que fez sua dissertação entre os anos de 2016 e 2018, usou exclusivamente a documentação do Ipiranga. Todo o acervo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), embora muitas peças adquiridas ainda na década passada não tenham recebido seu registro de tombamento.

Para Cecília, que acompanhava as previsões de uma grande intervenção no prédio, “se não mantivermos as atividades, o acervo não vai ser cuidado e também nós não daremos continuidade aos projetos de pesquisa de cada professor e de seus respectivos alunos.”

 

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