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Mesmo em quarentena, cães precisam de proteção contra o agente transmissor da leishmaniose visceral

Com a pandemia da COVID-19, autoridades em saúde têm recomendado que as pessoas fiquem em suas casas, reduzindo, inclusive, o passeio com seus cães. Porém, mesmo estando longe de ambientes abertos e com menos contato com outros animais, os cães ainda estão suscetíveis a doenças transmitidas por parasitas, como a leishmaniose visceral. “No caso desta doença, a atenção precisa ser redobrada, pois se trata de uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida do cão para o ser humano por meio da picada de um mosquito”, alerta o médico veterinário e gerente técnico da área de animais de companhia da Vetoquinol Saúde Animal, Jaime Dias.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é líder em número de casos de leishmaniose visceral no continente americano, totalizando 96% dos casos. A transmissão ocorre quando a fêmea infectada do mosquito, popularmente conhecido como birigui ou palha, pica um animal saudável para se alimentar, transmitindo desta forma as leishmanias (protozoários). Os cães infectados podem levar em média  três meses para apresentar sinais clínicos. Dentre os mais comuns estão perda de peso, lesões de pele, crescimento exagerado das unhas, vômito, diarreia e perda de apetite. “Muitos tutores demoram a perceber porque os sintomas são parecidos com os de outras doenças”, diz Jaime Dias.

Sua evolução é crônica e se não diagnosticada a tempo poderá levar o animal a óbito. A doença não tem cura, porém o tratamento deverá ser realizado para recuperação clínica do paciente.

Segundo Jaime Dias, os tutores devem considerar alguns fatores de risco e agir preventivamente. Manter os animais longe dos mosquitos transmissores é uma delas, resguardando os cães principalmente ao final da tarde e início da noite, pois é neste momento que ocorre a maior frequência das picadas, além disso, utilizar medidas efetivas que possuam ação repelente e inseticida contra o agente transmissor.

Dias orienta os tutores a procurar um médico veterinário caso suspeitem que o animal esteja com essa doença. “Apenas o profissional capacitado poderá realizar o diagnóstico correto, definir o tratamento e o mais importante, mesmo tratado o animal deverá utilizar uma forma efetiva de prevenção, evitando que o mesmo tenha contato com o mosquito transmissor, oferecendo riscos à saúde de outros cães e humanos”, finaliza Jaime Dias.

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