Nominado de Mercado José Gomes de Moraes Neto, mas também conhecido como Mercado Municipal do Ipiranga e popularmente chamado de “Mercadão do Ipiranga”, o local histórico para o bairro completou, no sábado (22), 84 anos de história e tradição.
Entre funcionários, proprietários de empórios, lojas e mesmo os frequentadores, são variadas as pessoas de todos os gêneros, cores e raças que fazem a história do Mercado acontecer. Antonio João dos Santos, 66 anos, é um desses personagens. Segurança no espaço faz parte do seu cotidiano há dois anos. Para ele, tanto o local, quanto os clientes e amigos que fez durante esse período são “muito legais”. “Muito legal, gente boa, educada, bons clientes.
Tudo de bom”, destacou. “O mercado significa muita coisa para mim, porque quando eu estava precisando, ele me acolheu, me deu serviço. Eu me dou bem com todo mundo, todo mundo gosta de mim”, concluiu.
Maria de Lourdes mora no Ipiranga há 72 anos e frequenta o Marcadão desde os 14. Para ela, o local “é ótimo”. “Tem tudo o que a gente precisa, né? Tudo mesmo. Então a gente já vem aqui, faz as compras, almoça aqui dentro se precisar, toma um lanche”, destacou ela, que tem muitos amigos no empreendimento.
“Desde que eu era mocinha, quando comecei a trabalhar”, disse Vera Lúcia, enraizada no Ipiranga, sobre desde quando frequenta o mercado da região.
Assim como Maria, ela concorda que, no local, encontra-se “de tudo um pouco”. “Ele [Mercadão] é bom. As pessoas são muito gentis, eu gosto deles, gente muito boa, e tudo você encontra”, frisou ela.
“Você pensa em uma coisa, você acha. Às vezes, fecha algum lugar, mas depois abre outro. É bem legal. Eu gosto demais mesmo. Estou sempre aqui”, completou Lúcia, destacando ainda a relevância de “não precisar sair do seu bairro para comprar as coisas”.
Guardado em um espaço muito especial do coração dos ipiranguistas, o local, conforme já dito pelos entrevistados, abriga enorme variedade de sabores, cheiros, cores, opções e variedades que vão desde doces à salgados, carnes, peixes e verduras de qualidade para os munícipes e visitantes do bairro.
Aldo Airoldi, proprietário do conhecido e renomado Empório Airoldi, que vende variados produtos, como queijos, azeites e mortadelas é nascido no Moinho Velho e conhece o Mercadão quase desde sua fundação, mas empreendeu no local apenas em 2011.
“Me aproximei do Mercado do Ipiranga, que é o meu bairro, minha casa, e tive sorte de vir para cá. É um mercado muito gostoso, bom e estamos aqui trabalhando sempre, salientou Aldo. “O sentimento [com o mercado] é de amor. É um patrimônio meu e de todos os ipiranguistas e que frequentam aqui da municipalidade”, fez questão de dizer, Airoldi. “Aqui é minha casa”, concluiu.
“O mercadão é o ganha pão. O dia-a-dia. É um ótimo local para se comprar”, acrescentou Adriano Cardoso, 54 anos, da casa de cereais e condimentos Tokyo. Ele explica ainda que os clientes “são muito legais”. “Os clientes são muito bons”.
Atuais proprietários do Empório Recanto do Ipiranga, existente há 50 anos, Sandra Cardoso, 60 anos, e José Carlos, contaram para a reportagem sobre a tradição do empreendimento, que “participa da história do povo ipiranguista”.
“É um pessoal bem tradicional. São aquelas pessoas que vem todos os dias no mercado. Que fazem parte dessa história, que ajuda a gente a aumentar o nosso leque de produtos. É um pessoal muito educado, gente boa”, afirmou Sandra.
Para ela, o mercado significa “tudo”. “É onde a gente trabalha, faz amizade, nossos funcionários ganham seu meio de vida”, abordou ela.
“A gente tem até um slogan que diz o seguinte: há mais de quarenta anos, a minha família servindo a tua. Então, é uma coisa de família para família mesmo. Isso o que a gente sente por dentro. Se não houvesse o mercadão, não haveria essa cumplicidade com os clientes”, apontou Carlos.
O Mercadão do Ipiranga fica na Rua Silva Bueno, 2.109, e funciona de terça-feira a sábado, das 8h às 19h, e aos domingos das 8h às 13h. “Eu moro aqui no Ipiranga há aproximadamente quarenta anos e tenho por costume de vir no famoso mercadão ou passear ou comprar; às vezes comer um lanche; ver um amigo e até vendo a evolução sempre constante do mercadão”, contou Alencar, assíduo frequentador.
“Nos orgulha muito ter essa fonte, onde “você” acha tudo. Significa um lugar “que eu vou e tem”. Se não tem, eles avisam onde tem”, finalizou ele, brincando que vai ao José Gomes “quase todo dia”. “Só não segunda-feira, porque é fechado”, brincou.
No sábado de aniversário, houve hasteamento da bandeira do Brasil, como forma de homenagem ao local histórico para a região. O evento foi realizado pela Associação dos Comerciantes do Mercado Municipal do Ipiranga (ACOMERI). O acontecimento contou com a presença de autoridades e lideranças do bairro e do chefe de gabinete da Prefeitura, Vitor Sampaio.
“O mercado é um símbolo do Ipiranga. É um ícone “aqui dentro” do Ipiranga. A gente não vem aqui só para fazer compras, vem confraternizar com os amigos lojistas, encontra vários amigos “das antigas” aqui dentro e você reverenciar o
Pavilhão Nacional é uma coisa impressionante”, contou o novo Subprefeito do Ipiranga, Decio Oda. Na data, ainda, certificados de reconhecimento foram entregues para lojistas.
Milton Zanatta Júnior, proprietário do Empório Zanatta, foi um dos contemplados e ficou feliz com o recebimento. “É legal, interessante. É sempre um prazer, prazeroso. Eu quero que o mercado esteja cada vez melhor, até porque, eu faço parte desse conjunto”, destacou ele, frisando a importância da boa relação com as autoridades do bairro.
Para ele o mercado significa “sua vida”. “Primeiro eu faço o que eu gosto. Procuro fazer o meu melhor. A gente procura trabalhar com excelência”, afirmou Zanatta.
