Mentira tem perna curta
O presidente Jair Bolsonaro tem dedicado boa parte do seu tempo desde a posse, no dia 1º de janeiro, para atacar a imprensa. De acordo com levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, o presidente tem publicado ou compartilhado no Twitter, em média, 1 mensagem ofensiva contra jornalistas a cada 3 dias. No último domingo (10), por exemplo, Bolsonaro usou informação comprovadamente falsa para atacar uma repórter do jornal. Vale lembrar que durante o Carnaval o presidente utilizou também as redes sociais para publicar um vídeo com conteúdo pornográfico.
Eleito democraticamente por dezenas de milhões de eleitores, Bolsonaro tem comportamento típico de um ditador. A qualquer crítica sobre seus atos, tenta intimidar a imprensa com ameaças pelas redes sociais. As atitudes do presidente são de total desprezo pelas instituições democráticas. Bolsonaro compartilha notícias falsas, numa clara demonstração de descompromisso com a veracidade dos fatos.
Não é de hoje que Bolsonaro dá mostras de seu caráter autoritário e controlador. A expectativa de muitos, no entanto, era que ele mudasse de postura quando assumisse a Presidência da República. Não foi isso que aconteceu. Muito pelo contrário.
Inconformado com o fato de a imprensa investigar malfeitos relacionados a ele e seus filhos, Bolsonaro tenta, a todo momento, desqualificar o trabalho livre e independente dos jornalistas. Parece, na verdade, estar sem rumo e noção.
Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto há menos de três meses. Pelas regras atuais e vigentes, ficará, no máximo, 8 anos, caso seja reeleito. Ou seja, sua presença na Presidência da República é passageira. Assim como foi a Ditadura Militar, que ele tanto elogia. É inútil tratar a imprensa com menosprezo e agressividade. Independentemente de Bolsonaro, a imprensa continuará fazendo o seu trabalho em defesa da democracia.
Não custa lembrar que, depois de eleito, Bolsonaro disse que o jornal Folha de S.Paulo “se acabou”. Ledo engano. A declaração pouco inteligente do presidente gerou uma campanha espontânea por assinaturas em defesa do jornal. Resumindo: a Folha ficou mais forte, e Bolsonaro enfraquecido perante a sociedade.
O presidente vê a imprensa como inimiga porque simplesmente ignora o papel do jornalismo independente de acompanhar e fiscalizar os atos das autoridades públicas. Bolsonaro tem sérias dificuldades em entender que é dever da imprensa monitorar o que fazem os políticos A bem da verdade é que, até o momento, o seu governo tem chamado mais atenção pelos constantes atentados à liberdade de imprensa do que por políticas públicas de bem estar social. É um presidente que parece mais preocupado em disseminar informações falsas do que em comandar o País.
Adaptando o ditado popular, mentira e governos afeitos a inverdades têm pernas curtas.