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Ipiranguistas celebram a vida junto com o bairro

Dia 27 de setembro o histórico e querido bairro do Ipiranga, precursor na Independência do Brasil e que carrega consigo traços e ambientes históricos completará 440 anos desde sua fundação. Para celebrar a data, preparamos uma reportagem com histórias de munícipes ou pessoas que viveram no bairro e nasceram na mesma data, podendo celebrar em dose dupla.

 Ipiranguistas celebram a vida junto com o bairro
Neliana nasceu, se criou, estudou e vive no Ipiranga até hoje. Na foto, ela posa ao lado de seu filho no querido Parque da Independência

Com muita satisfação em poder fazer parte do Ipiranga e ter nascido no mesmo dia que ele, Neliana Buzi Figlie não escondeu a emoção e alegria em poder compartilhar as histórias que se recorda desde sua infância até os dias atuais, carregadas por uma vida inteira dedicada ao bairro.

Em 1988, Buzi se formou no renomado e querido Colégio Alexandre de Gusmão, passando a atuar em outra escola que é referência para os ipiranguistas: a São José, onde ficou de 1990 a 1997. Além disso, ela fez psicologia na Antiga Universidade São Marcos em 1992.

Apenas pelo parágrafo relatado acima, dá para perceber que nem mesmo os ambientes acadêmicos separaram Neliana do Ipiranga, o que não acontece até hoje, uma vez que ela ainda mora na região, apesar de atuar no bairro vizinho: Vila Clementino.

Aos 55 anos, ela é psicóloga com estudo em motivação para tratamento em seu doutorado, ela recebeu – em 2023 – um certificado de excelência internacional no treinamento de entrevista motivacional, tornando-se a primeira brasileira a receber tal condecoração.

O feito, segundo ela, foi graças a todos os ensinamentos que teve nos ambientes de ensino pelos quais passou, evidentemente, no bairro. À reportagem, Neliana relembrou histórias antigas no Ipiranga e seu sentimento em poder viver aqui.

O primeiro relato, afetivo, relacionou-se – não era para menos – ao Museu do Ipiranga, o que para sua infância, assim como a de tantos outros moradores e visitantes, era “um evento”.

“A gente ia domingo brincar no Museu do Ipiranga. Essa é uma memória afetiva importante”, contou Giglie, que “vibrou” com sua revitalização. “Ele estava realmente muito abandonado”.

A psicóloga se lembrou ainda, da sorveteria Damp, alegando que era um “sonho de consumo” tomar sorvete no local, o que era praticado por ela uma vez por semana.

“Eu acho o Ipiranga um bairro excelente de qualidade de moradia, de serviços”, expressou, destacando ainda, o avanço que o bairro veio sofrendo nos últimos tempos, junto com sua verticalização. “Hoje o Ipiranga começa a oferecer muitos serviços. [Antigamente] era a Damp, Museu, Mercado Municipal e não tinha mais nada, mas agora tem muito restaurante, o Sesc, Teatro”, disse, recordando-se ainda do Cine Anchieta, taxando-o como a “única opção de lazer” da época.

“Agora ver [o bairro] com o Sesc, Teatro, Museu, restaurante, lanchonete, pista de skate, de corrida, eu acho que é divino. Maravilhoso”, expressou. Para ela, ainda, ser ipiranguista significa “gratidão e orgulho”.

“Gratidão. Quando eu lembro do Ipiranga eu penso em gratidão. Orgulho de ser ipiranguista”, expressou, salientando ainda um diferencial pessoal: as calçadas largas do bairro. “Uma das coisas que eu amo nesse bairro: as ruas são largas. Isso dá uma qualidade de vida para a gente”.

Ipiranguistas celebram a vida junto com o bairro
Luciana Cavalcante nasceu no bairro, mas se mudou quando casou. Atualmente, ela empreende na rua Silva Bueno e projeta voltar para “seu bairro”

Luciana Cavalcante, 52 anos, também nasceu no Ipiranga em 27 de setembro, morando na região até 1992, ano em que casou e se mudou para outro bairro. Mesmo estando distante, ela se recorda com carinho das lembranças que tem de quando morava por aqui.

“As ruas livres que eram fechadas no domingo e a gente brincava na rua de vôlei, várias coisas; a escola Astrogildo Silva, que estudei; os desfiles que aconteciam aqui na Silva Bueno, eu vinha com aquela sainha branca. Participei de vários em 1982, 83 eu participava. Ficava lá na frente dançando”, relembrou.

Fortemente ligada ao bairro, Luciana, não pensou duas vezes para abrir seu estúdio de pilates, o qual carrega seu nome, na rua Silva Bueno, número 563 da Rua Silva Bueno, provando que, literalmente, ela saiu do Ipiranga, mas ele continua em seu coração.

Tanto é que, conforme ela mesma afirmou, seu projeto será voltar a morar no bairro, resgatando ainda mais suas memórias e afeto.

“Quando me falaram “ó, Luciana, tem um lugar lá no Ipiranga”, eu falei “é lá”, porque eu vou voltar a morar aqui. Estou planejando para isso. Então, aqui é o meu lugar. Sempre quando alguém pergunta “onde você nasceu”? Eu falo Ipiranga, não falo São Paulo”, confessou.

“Eu gosto muito daqui, aqui me faz bem. É um sentimento que traz paz, nostalgia, um sentimento gostoso. Um lugar que eu vou morar”, frisou ainda, feliz em saber que nasceu no mesmo dia que o município. “Eu fiquei muito feliz em nascer no dia do Ipiranga”, comemorou, dizendo ainda, ser privilegiada.

“Sou privilegiada. Quem mora aqui tem o privilégio de morar no melhor bairro. Nele cabe todo mundo. Cabem os mais ricos, mais pobres. É um lugar gostoso, tem um arzinho puro, o Museu, árvores, um hospital bom, tem muita coisa e eu gosto muito da arquitetura”, destacou ainda.

Ipiranguistas celebram a vida junto com o bairro
Ricardo, que hoje mora em Minas Gerais, ao lado de seu pai e irmão às margens do Rio Tamanduateí. O rapaz morou no bairro até 1998

Ricardo Ribeiro Paulino também nasceu em 27 de setembro no Ipiranga, onde residiu durante 33 anos até 1998, quando se mudou para o estado de Minas Gerais, onde vive até os dias atuais. Enquanto esteve no bairro, ele morou na rua Paranatinga (até os nove meses de idade – 1965) e depois na rua do Manifesto, 1022.

Mesmo estando distante, Ribeiro se recorda com carinho das lembranças de sua vivência no Ipiranga, bairro onde ainda vivem sua mãe i irmã.

“Vivi a maior parte da minha vida no Bairro. Infância, adolescência e parte da vida adulta. A vida em São Paulo era mais tranquila. Não havia tanto trânsito, violência e as pessoas se conheciam como se os vizinhos fosse uma extensão da família. Lembrança de uma vida simples e muito feliz com meus pais e irmãos e muitos amigos”, recordou-se.

“Tenho lembrança de uma época de liberdade e segurança. Saudades de um Ipiranga diferente, de um bairro operário. O apito das fábricas. Brincar e jogar bola na rua Sargento Mor. Pedalar minha Monark pelo bairro, principalmente pelo Museu do Ipiranga. Brinquei muito na mansão do Jafet na rua Constituinte com amigos de escola”, destacou ainda.

Por conta da família, sempre que pode o rapaz retorna ao seu lugar de origem, o Ipiranga, pelo qual, possui “vínculo eterno”.

“Mesmo morando distante e em outros lugares, reconheço minha origem que é o bairro. Estudei no Sesi (Bom Pastor) e depois na Getúlio Vargas toda minha formação inicial. Com o bairro do Ipiranga sinto vínculo de eterno pertencimento e profundamente afetivo”.

Durante todo mês de setembro, diversas atividades estão sendo realizadas pelo bairro como forma de homenageá-lo.

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