Ipiranga tem sábado com ações em homenagem ao seu aniversário
Neste sábado (21), durante a manhã e à tarde, moradores do Ipiranga puderam acompanhar algumas das festividades que tem acontecido pelo bairro, como forma de comemoração aos seus 440 anos, que serão completados no próximo dia 27 (sexta-feira).
De manhã e à tarde, os amantes da leitura se divertiram e adquiriram novos exemplares para suas estantes em uma Feira do Livro que aconteceu no Mercado Municipal do Ipiranga com diversos escritores e expositores independentes os quais apresentaram suas obras.
A reportagem conversou com os autores e foram unanimes os elogios à ideia de realizar o evento para que seus trabalhos pudessem ser divulgados e que a interação com outros escritores aconteça.
“Um convite muito legal. Adorei, abracei com as duas mãos, porque a gente precisa ter espaços onde o autor independente, como eu e como a maioria dos que estão aqui, precisam ter para poder expor seus trabalhos”, contou Dom Policarpo, 60 anos, autor que apresentou três livros durante a Feira: a Árvore dos Alados; Maça e Morre-se Sobre a Cidade.
“Existe uma bolha muito grande que a gente não consegue furar, então, quanto mais tiver eventos desse porte, principalmente aqui no bairro, a gente vai poder participar e mostrar as nossas publicações. É muito legal, muito interessante”, concluiu Policarpo sobre a importância de eventos semelhantes acontecerem.
Assim como Dom, Arthur Martins Filho também participou do evento para mostrar seus quatro livros: As Aventuras de Jonatan; O Valor da Vida; Larajura e Deus da Minha Vida, sua última obra, com poemas e mensagens para reflexões.
“Eu acho importantíssima essa iniciativa porque nos dá oportunidade de divulgar nossas obras e também de interagir e conhecer outros escritores que também trazem as suas obras para a gente conhecer e isso é importante porque acaba amplificando muito e ganha todo mundo: o bairro, os escritores”, disse.
Cris Arantes é pedagoga, escritora, musicista e percussionista. Ela levou um livro de poema, Varal de Poesias e outro infanto-juvenil, nominado, Meu Bichinho de Estimação para mostra-los aos visitantes do mercado. “Eu acho legal. É importante a gente rodar São Paulo, conhecer os bairros, as pessoas, os escritores de outros locais, havendo essa interação e a gente tendo a oportunidade de mostrar nosso trabalho literário”, destacou.
“Eu sou uma borboleta caçadora de palavras. Eu amo a palavra, ela é muito poderosa. Estou muito feliz de estar participando aqui”, expressou Glafira Menezes Corte, amiga de Cris e professora aposentada que levou seu livro lançado na Bienal deste ano, eu Fizio Porque Quisio de novo.
Ivan Ferreti Machado é um dos coordenadores da Sociedade dos Poetas da Vila Prudente, membro da Academia de Letras do Brasil (ALB) e participou da feira de livros do Ipiranga pelo 16º ano.
Desta vez, ele apresentou ao público literatura infantil, além de coletâneas de poesias e contos. “O gostoso de participar aqui é que você fica conhecendo novos amigos e para a gente é um grande aprendizado”, apontou.
“Eu acho que todo espaço que abra para a gente é importante para divulgação do nosso trabalho. Essa é a terceira vez que participo de feira aqui no Mercadão [do Ipiranga] e é sempre positivo. A gente sempre consegue divulgar um pouquinho o nosso trabalho”, contou Sérgio Ballaminut, escritor há mais de trinta anos e membro da Academia de Letras da Grande São Paulo.
Solange Solon Borges foi gerada no Ipiranga, mora na região e participou como autora e editora. “Trouxe meus próprios trabalhos: dois livros de poesia, dois livros infantis e dois romances. Sempre é importante a gente incentivar essa questão da leitura, porque a leitura desenvolve o espírito crítico, a informação, a troca de conhecimento”, frisou.
“Essa parte cultural do Ipiranga sempre foi muito forte, então, eu acho que essa coisa de ter a feira do livro, acaba virando tradição e perpetua essa cultura”, salientou Marcos Massolini, que levou variados exemplares para exposição e é um admirador e frequentador do bairro por ter parentes que moram na região.
Ainda de manhã, o Lar do Amor Cristão, localizado na Rua Dois de Julho, realizou seu tradicional Drive Trhu solidário, idealizado durante a pandemia e que anualmente recebe diversas doações as quais serão destinadas a famílias cadastradas da região do Ipiranga, que passam por triagem para verificar a real necessidade de recebimento dos mantimentos.
“Eu fico, realmente, grata por disponibilizar essas poucas horas para recebimento dos alimentos. Realmente a gente sente muito amor em poder ajudar. Realmente muito grata mesmo porque temos condições de vir e doar essas pequenas horas”, contou Raquel Prasere, voluntária do local.
“Me sinto muito feliz e que a gente consiga arrecadar os alimentos necessários para todas as famílias que estão cadastradas aqui conosco”, desejou Mauro Prasere, também do Lar do Amor Cristão.
As ações também fizeram parte dos festejos que acontecem no bairro em homenagem aos seus 440 anos.