Embaixo de sol, calor e muita animação do público, o Ipiranga recebeu, neste domingo (24), o tradicional Desfile Cívico, Militar e Estudantil, que havia sido paralisado nos últimos anos, por conta da pandemia de Covid-19.
“[O Ipiranga] é um dos únicos bairros, se não for o único que ainda faz desfile cívico, né? Se não for o único. Nos outros bairros você já não encontra mais esse tipo de desfile, então, aqui, “você”, ainda preserva essa característica aqui do Ipiranga”, contou Pedro Thomaz, morador do bairro de 35 anos.
Ainda segundo ele o desfile estava “muito bom”. “Tudo bem que está um calorzão, mas enfim, faz parte. Tem que vir mesmo e prestigiar o bairro e as pessoas que fazem o bairro. Isso é muito importante”, pontua. Thomaz já presenciou vários desfiles pelo bairro.
Como de costume, integrantes do exército, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Civil Metropolitana abriram o desfile, acompanhados, em seguida, de tradicionais colégios do bairro, além do grupo de idosos do Colmeia Recreativa Cultural, e Social, alunos do CAAP – ASA (Assistência Social ao Adolescente), além de desbravadores junto à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
A Igreja participa do festejo há mais de vinte anos e desfilou em dois dispositivos: dos desbravadores – que compõem crianças de 10 a 15 anos – e aventureiros, com pequenos de cinco a nove anos.
“Nós estamos felizes. Já participamos há mais de vinte anos aqui no desfile do Ipiranga. É uma satisfação e uma honra para a gente poder representar o bairro”, contou Jonny Dias, diretor do Clube Onix de desbravadores da Igreja Adventista. De acordo com ele, participaram do desfile pessoas que são do bairro e convidados de São Paulo inteiro que fazem parte da Associação dos Aventureiros.
Kowallczuk é pastor do distrito do Ipiranga junto com os desbravadores e aventureiros. Para ele, houve um clima de “bastante euforia” para realização do desfile por se tratar de uma “data cívica importante para o bairro”. “Os desbravadores, como são desse bairro aqui, ficaram motivados a se apresentar e honrar essa data especial para o bairro do Ipiranga”, conta.
Agnilda Batista de Almeida, de 73 anos, desfilou pela Colmeia e também estava muito animada com a festa. “Estamos desfilando na Colmeia. “As abelhinhas” felizes da vida. Nossa está uma maravilha. A gente desfilava sempre, mas por causa da pandemia, paramos, mas voltamos agora com tudo”, expressou ela, que desfila há oito anos no Ipiranga.
O filho de Gleice Santos, de 35 anos, desfilou pela CAAP. Ela própria, já havia participado pela assistência social, quando integrante. “Muito importante a participação. É uma emoção sentir duas vezes”, expôs.
“Eu fico sempre muito feliz. Eu acho que é uma comemoração importante. O bairro da gente. É a nossa casa. A nossa comunidade”, disse Regina Maria Sartorio, coordenadora-geral do CAAP – ASA, hoje, SEDESP CAAP ASA, por conta de uma parceria pública.
Sartorio está no CAAP desde 1985 e desde então desfila nas comemorações ao Ipiranga. “É isso. É uma forma de apresentar, também, o que a nossa comunidade faz e o que eles fazem para a nossa comunidade, então é muito gostoso. É uma festa”, conclui ela.
Tradicional no Ipiranga, a Escola Estadual Visconde de Itaúna foi a última escola a desfilar, com sua fanfarra que encantou e alegrou o público presente.
“São quinze anos de fanfarra, doze tocados, três anos depois da pandemia, poder fazer um trabalho como esse, com alunos novos, alunos velhos é surreal. Não tem o que descrever. É muito mágico. É maravilhoso”, contou Caíque Roveri, diretor da fanfarra do Visconde de Itaúna, fazendo uma indagação ao final de sua fala: “acho que deu para sentir um pouquinho do que é, né?
“Eu acho que trazer união nesse momento que a gente está hoje, de pós pandemia, o pessoal se distanciando, poder unir todo mundo para assistir [ao desfile] é a melhor coisa que tem”, completa Roveri.
Para encerrar o desfile, motoqueiros do grupo “Simples Mortais” fizeram a festa, que foi contemplada, ainda, com apresentação da bateria da Imperador do Ipiranga.
“Fiquei surpresa porque é a primeira vez que eu assisti ao desfile. Estou adorando. É muito legal. Muito divertido”, contou Maria José Adelita, que acompanhada de sua filha, ficou maravilhada com o desfile.
O filho de Antonio Santos Alves desfilou durante a festa. Para ele, o desfile “é sempre um grande momento de confraternização e de civilidade”.
“Eu estou achando lindo. Muito bonito. Gostei muito. Está lindo”, contou também à reportagem do Jornal Ipiranga News, Ieda Ferreira Rocha, de 45 anos. Seu filho também desfilou, pelo CAAP. “Só o sol que está quente demais”, brincou ela, em relação ao calor no momento do desfile.
“Estou muito feliz e estamos muito empolgados, por prestigiar esse trabalho realizado pelo bairro do Ipiranga”, contou Vanessa de Jesus, moradora da região e técnica no CAAP. “Energia muito positiva”, frisa.
Tânia Ferrari Pastorelli (59 anos) é moradora do Ipiranga é frequentadora constante dos desfiles. “Eu estou achando maravilhoso. Eu acho muito legal. Eu acho que a gente tem que reviver, mesmo, esse sentimento pelo bairro que é muito legal”, afirma.
O desfile aconteceu na rua Silva Bueno durante toda a manhã e contou, ainda, com importante participação do grupo Viva a Vida, de terceira idade, da FUNSAI.