Há pouco mais de um ano, Tarcísio Meira nos deixava
Um dos atores mais queridos da teledramaturgia se despediu deste mundo, aos 85 anos
Tarcísio Meira morreu, aos 85 anos, em 12 de agosto do ano passado. O ator estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações da Covid-19. Ele estava intubado e passava por diálise continua devido a problemas nos rins. Sua esposa, a atriz Glória Menezes, também foi infectada pelo vírus, mas teve um quadro mais brando e se recuperou totalmente.
O veterano ator era um dos artistas mais conhecidos do Brasil. Foram mais de 60 trabalhos – mais de 50 apenas na Globo –, entre novelas, seriados e minisséries, teleteatros e telefilmes, numa carreira que começou em 1961, na extinta TV Tupi, e foi se consolidando ao longo dos anos. Uma vida que se mistura à história das telenovelas no nosso país.
Nascido no dia 5 de outubro de 1935, em São Paulo, batizado Tarcísio Magalhães Sobrinho, o ator tomou emprestado da mãe o sobrenome Meira, que, além de ser mais sonoro, somava 13 letras com o primeiro nome – uma superstição da época. Quando jovem, queria ser Diplomata. Para sorte do público, porém, desistiu da ideia ao ser reprovado na primeira prova que fez para o Instituto Rio Branco, em 1957. No mesmo ano, estreou no teatro com a peça “A Hora Marcada”. Em 1959, fez seu primeiro espetáculo profissional, “O Soldado Tanaka”, convidado por Sérgio Cardoso.
Tarcísio estreou na TV no mítico “Grande Teatro Tupi”, um programa de teleteatro, no qual contracenou pela primeira vez com Glória Menezes, em “Uma Pires Camargo”, no ano de 1961, de Geraldo Vietri. Os dois se casaram no ano seguinte. Da união, nasceu, em 1964, Tarcísio Filho.
Em 1963, o casal trocou a Tupi pela Excelsior, no qual participou da primeira novela diária da televisão brasileira, “25499 Ocupado”, de Dulce Santucci. No mesmo ano, fez o seu primeiro filme: “Casinha Pequenina”, com Mazzaropi.
Na Globo, Tarcísio estreou em 1968, com a novela “Sangue e Areia”, de Janete Clair. A adaptação do romance do espanhol Blasco Ibañez escrita por Janete fez com que Tarcísio e Glória se tornassem um dos pares românticos favoritos do público. Também marcou o início de uma parceria duradoura: ele protagonizou mais seis novelas da autora. Outra parceria bem-sucedida de Tarcísio foi com Lauro César Muniz. A história do país serviu de cenário para “Escalada” (1975). Nela, o ator viveu Antônio Dias, personagem que interpretou da juventude aos 70 anos, tendo testemunhado a construção de Brasília.
“Irmãos Coragem” (1970), novela na qual viveu o mocinho João Coragem, foi um dos maiores sucessos da fase preto e branco da TV brasileira. Para se ter uma ideia, o penúltimo capítulo da trama deu mais audiência que a final da Copa do Mundo.
Seu último trabalho na Globo foi “Orgulho e Paixão”, em 2018. Na trama de Marcos Bernstein, inspirada na obra da escritora inglesa Jane Austen, ele viveu Lorde Williamson, pai do “mocinho” vivido por Thiago Lacerda. Em outros trabalhos recentes viveu ainda Fausto Leitão, em “A Lei do Amor”, e fez uma participação como o Coronel Jacinto, em “Velho Chico”, ambas em 2016.
O ator deixou a esposa e companheira de toda vida, a atriz Glória Menezes, e o filho do casal, o também ator Tarcísio Filho.